é sejam.
.
.
.
.
(primeira
versão)
.
trago comigo
varandas
nascidas na
casa velha
junto às dálias
e ao jasmim,
crescidas no
meio da Estrada (1,2)
onde abrigo
este destino (1,2)
vindo da sombra
para a paz. (1,2)
.
comigo trago
varandas
recatadas mas
vistosas
abrigadas pela
calma
onde acalmo o
que não sigo (1,2)
e, o que
persigo, guardo (1,2)
e abrigo de
outras demandas (1)
dos desabrigos
onde andas. (2)
.
comigo: varandas trago
janelas arcos
sacadas
por assomar ou
viver
por abrir:
suaves janelas (1)
de assim
sermos, só aromas (1)
entrelaçados
nos gestos(1)
de assim
sermos, só aromas (2)
varandas
frescas e francas (2)
guardadas, para
ti, por mim. (2)
.
.
.
(segunda
versão)
.
trago comigo
varandas
crescidas no
meio da estrada
nascidas na
casa velha
junto às dálias
e ao jasmim, (1,2)
onde abrigo
este destino (1,2)
vindo da sombra
para a paz. (1)
trago comigo
varandas (2)
.
comigo trago
varandas
recatadas mas
vistosas
abrigadas pela
calma
onde acalmo o
que não sigo (1,2)
e onde, o que
persigo, guardo (1,2)
e abrigo de
outras demandas (1)
dos desabrigos
onde andas. (2)
.
comigo: varandas trago
janelas arcos
sacadas
por assomar ou
viver
por abrir:
suaves janelas (1)
de assim
sermos, só aromas (1)
entrelaçados
nos gestos (1)
de assim
sermos, só aromas (2)
varandas
frescas e francas (2)
guardadas, para
ti, por mim. (2)
.
(terceira
versão)
.
.
trago comigo
varandas
crescidas no
meio da estrada
nascidas na
casa velha
junto do jasmim,
das dálias, (1,2)
onde abrigo
este destino (1,2)
vindo da sombra
para a paz. (1,2)
.
comigo trago
varandas
vistosas mas recatadas
abrigadas pela
calma
onde acalmo o
que não sigo,
onde guardo o
que persigo
e abrigo de
outras demandas (1)
onde guardo o
que persigo (2)
e te abrigo de
outras demandas: (2)
os desabrigos
onde andas. (2)
.
comigo: varandas trago
janelas arcos
sacadas
por assomar ou
viver
por abrir:
suaves janelas (1)
de assim
sermos, só aromas (1)
nos gestos entrelaçados
(1)
de assim
sermos, só aromas (2)
varandas
frescas e francas (2)
guardadas, para
ti, por mim. (2)
.
(quarta versão)
.
.
.
(quarta versão)
.
.
trago
comigo varandas
crescidas
no meio da estrada
nascidas
na casa velha
junto
às dálias e ao jasmim
onde
abrigo este destino
vindo
da sombra para a paz:
varandas
para ti de mim
onde
abrigo este destino
voltado
para a flor da paz
varandas
para ti de mim
comigo trago
varandas
vistosas
mas recatadas
comigo trago
varandas
recatadas
mas vistosas
abrigadas
pela calma
onde
guardo o que persigo
e onde
acalmo o que não sigo,
onde,
o que persigo, guardo e
te
abrigo de outras demandas
dos
desabrigos onde andas.
varandas trago
comigo
janelas
arcos sacadas
por
assomar ou viver
por
abrir: suaves janelas
entrelaçados
nos gestos(1)
de
assim sermos, só aromas (1)
nos
gestos entrelaçados (1)
de
assim sermos, só aromas (2)
varandas
frescas e francas (2)
guardadas,
para ti, por mim. (2)
(Fado 'Dois Tons' — Música de Alberto Lopes)
.
.
.
.
maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 22-25 Março 2012.
Coimbra, Casa Verde, 22-25 Março 2012.
.
fadinho
do verso burlado
(quinta
versão)
.
.
.
não
me saem da cabeça
dois
versinhos de uma letra
que
fizeste para fado:
'
levo aos ombros as esquinas
trago varandas no peito'
—
mas que versos bem esgalhados!
.
por
serem dois belos versos
trazidos
pela mestria
que
te é própria, ó Ary,
não
me saem da cabeça
desde
esse primeiro dia
quando,
cantados, os ouvi.
.
e
nem só estes! lembro, antes,
muito
verso apaixonado
à
tua amante Lisboa;
mais
tantas fotos cantantes
do
povo bem retratado
pela
tua voz que, ainda, ecoa.
.
Zé
Carlos, tu, não podias
lá
por seres, também, 'dos Santos'
enganares
teu portugal:
se
casaste com a Poesia
asumiste
em todos os cantos
seres
amante da capital.
.
meu
querido Poeta amigo
caído
no crime antigo,
fosse
esse só o teu pecado!
mas,
à amante e à amada,
somaste
outro carinho e
foste
mal interpretado.
.
para
falar com clareza,
tua
vida foi uma aventura
de
amorosa trilogia:
à
Lisboa e à Poesia
juntaste
— e ainda dura —
amor
à alma portuguesa.
.
nem
sei que mais confesse
e
nem porque aqui cheguei
entre
ideias encadeadas
a
verdade é que me parece
dos
versos, por onde entrei,
serem
ideias roubadas.
.
isso
mesmo! digo e redigo
dos
ombros com as esquinas
e
das varandas no peito.
das
esquinas?! faço eu leito
e
as varandas floridas?!
ó
Ary, trago-as comigo!
.
que
seja menina e moça
a
branca cidade branca
é
mister que não contesto.
que
os azulejos de louça
sejam
banda desenhada
é
lição que jamais esqueço.
.
posso
mesmo admitir
que
a feira da ladra nova
seja
o reduto dos cravos
floridos
no mês de Abril
promessas,
de cujo travo
avisaste
atraso e demora.
.
como
até ainda me encanta
'o
amarelo da carris'
e
o tal 'barco de brincar'.
aliás
já nem me espanta
haver
náufragos viris
e
varinas a apregoar.
.
agora
quanto às varandas
vistosas
mas abrigadas
é
onde guardo o que sigo
e
abrigo de outras demandas,
pela
calma recatadas,
e
acalmo o que persigo.
.
varandas trago,
te digo,
janelas
arcos sacadas
por
assomar ou viver
trago
janelas comigo
por
abrir, entrelaçadas
nos
gestos de assim me ser
.
janelas
frescas varandas
enlaçadas
à loucura
moldam-me
os gestos que lavro
varandas
sacadas francas
temperadas
aberturas
pátios
simples átrios adros
.
trago
janelas temperadas
dos
desabrigos guardadas
e
protegidas, enfim
trago
varandas rasgadas
destemidas
destinadas
ao
amor dele que vive em mim.
.
assim,
dói-me o coração
pois,
Ary, o tal versinho
que
consta desse teu fado
assim,
dói-me o coração
pois,
Ary, o tal versinho
no
teu tão grande poemário
('levo
aos ombros as esquinas
trago
varandas no peito')
é
o meu verso apaixonado,
('levo
aos ombros as esquinas
trago
varandas no peito')
não
me calo: foi-me roubado!
.
(Fado 'Dois Tons' ??? — Música de Alberto Lopes???)
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.
maria
toscano.
Coimbra, Casa Verde, 22-25 Março; 5-6 Abril/ 2012.
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