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quarta-feira, março 28, 2012

correios — 1.


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para teu sossego
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portanto, meu amor eterno,
tudo isso é verdade
e tão real e verdadeiro como o ar
por onde voam 
agora
estas palavras
essas imagens 
e cromatismos cintilantes
comoventes como o arpejo na voz.
não tenhas medo da metáfora nem da imagem.
astutamente, como insistidamente sabes,
grava o ângulo e o perfil dos nossos sonhos
pois partilhamos os mesmos sonhos
estranhos secretos
e partilhando os mesmos sonhos
sabemos que nunca fomos estranhos
segredo nosso.
portanto
e em conclusão do que falámos
sossega, amor, descansa-te e confia
pois essa loucura, se rara, 
também perturba
amorosamente os viandantes de casas
amoravelmente os residentes nas nuvens.
há muito tempo — suspeitavas e agora sabes —
há muito tempo estava combinado
o nosso passeio pela rua fresca
de mãos dadas, apenas as mãos juntas, tão-só 
pois as almas em chama nos agasalham
de violeta azuis e claridade.
tudo o mais é íntimo real profundo
e retoca a cada veia do corpo
teu também meu
a cada curva da mútua pele
a cada fino arco ou linha onde aprendeste
a registar e inventar como sorrir-me.
ao toque do ar comum, vibramos.
tudo o mais, real e partilhado,
tudo o mais perdura
como a doce
lágrima
aqui agora a turvar-me estas falsas letras 
que invento e esmero 
enquanto preservo a tua mão.
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maria toscano.
Coimbra. Casa Verde, 28 Março / 2012.
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Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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