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para teu sossego
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para teu sossego
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portanto, meu amor eterno,
tudo isso é verdade
e tão real e verdadeiro como o ar
tudo isso é verdade
e tão real e verdadeiro como o ar
por onde voam
agora
estas palavras
essas imagens
e cromatismos cintilantes
comoventes como o arpejo na voz.
não tenhas medo da metáfora nem da imagem.
astutamente, como insistidamente sabes,
grava o ângulo e o perfil dos nossos sonhos
pois partilhamos os mesmos sonhos
estranhos secretos
e partilhando os mesmos sonhos
sabemos que nunca fomos estranhos
segredo nosso.
comoventes como o arpejo na voz.
não tenhas medo da metáfora nem da imagem.
astutamente, como insistidamente sabes,
grava o ângulo e o perfil dos nossos sonhos
pois partilhamos os mesmos sonhos
estranhos secretos
e partilhando os mesmos sonhos
sabemos que nunca fomos estranhos
segredo nosso.
portanto
e em conclusão do que falámos
sossega, amor, descansa-te e confia
pois essa loucura, se rara,
também perturba
amorosamente os viandantes de casas
amoravelmente os residentes nas nuvens.
há muito tempo — suspeitavas e agora sabes —
há muito tempo estava combinado
o nosso passeio pela rua fresca
de mãos dadas, apenas as mãos juntas, tão-só
pois as almas em chama nos agasalham
de violeta azuis e claridade.
de violeta azuis e claridade.
tudo o mais é íntimo real profundo
e retoca a cada veia do corpo
teu também meu
a cada curva da mútua pele
a cada fino arco ou linha onde aprendeste
a registar e inventar como sorrir-me.
a cada fino arco ou linha onde aprendeste
a registar e inventar como sorrir-me.
ao toque do ar comum, vibramos.
tudo o mais, real e partilhado,
tudo o mais perdura
como a doce
como a doce
lágrima
aqui agora a turvar-me estas falsas letras
que invento e esmero
enquanto preservo a tua mão.
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maria toscano.
Coimbra. Casa Verde, 28 Março / 2012.
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