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o poema que te escrevi ainda não está
tecido por entre letras nem palavras.
vem nascendo como a geada gemendo
quando menos se espera já é camada/de frio e água puros sobre as coisas.
o poema que te escrevi nem sequer o sei
não o esqueço, pois não o recordo.
aliás, nem meu é esse poema.
é uma trama de brilhos e arrepios
um corcel sem farpas, toureio a dois
certa presença sem capote nem matador:
só dança de rosa, demente, sem prosa
só a dança colhida por teu passar.
o poema que respiro e tu respiras
(é mais segura e justa esta metáfora)
já anda tresmalhado pela cidade
e a cidade nem se sabe alucinada
a praça a estação o largo as pontes
e o próprio rio
de tão alumiados pelo verbo — o ar —
nem sabem do mesmo que nos cativa
num tal poema sem palavras nem letras
onde a estranha visão do que somos
derrama o silêncio deste amar.
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© maria toscano.
em Coimbra, na Casa Verde, a 5 Abril / 2012.
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o poema que te escrevi ainda não está
tecido por entre letras nem palavras.
vem nascendo como a geada gemendo
quando menos se espera já é camada/de frio e água puros sobre as coisas.
o poema que te escrevi nem sequer o sei
não o esqueço, pois não o recordo.
aliás, nem meu é esse poema.
é uma trama de brilhos e arrepios
um corcel sem farpas, toureio a dois
certa presença sem capote nem matador:
só dança de rosa, demente, sem prosa
só a dança colhida por teu passar.
o poema que respiro e tu respiras
(é mais segura e justa esta metáfora)
já anda tresmalhado pela cidade
e a cidade nem se sabe alucinada
a praça a estação o largo as pontes
e o próprio rio
de tão alumiados pelo verbo — o ar —
nem sabem do mesmo que nos cativa
num tal poema sem palavras nem letras
onde a estranha visão do que somos
derrama o silêncio deste amar.
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© maria toscano.
em Coimbra, na Casa Verde, a 5 Abril / 2012.
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