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tudo é possível pois nada é impossível
nada limita o eterno e o infindo
curso do tempo em ínfima ínfima pausa
curso do tempo ou rio por onde cresço.
tudo e nada pois as palavras, se bem que fadas
no fundo não significam nem substituem
a verdade enraizada no ar
a saudade a memória do que arde.
nada e tudo amplíssimo verbo
conjugação em gerúndios populares:
de todo o tudo que pode e sempre o foi
de cada nada impossivelmente vazio
sondo a esfera o vértice a espada e a rosa
afino o canto de algum cisne que me habite
um dia.
das palavras cuido aliso falhas
limo arestas restos sílabas raspas.
das fadas do verso branco
das palavras
até da cadência de ritmos e entoações
posso abrir mão, que é como quem diz
afastar-me.
descansar noutro leito,
outro vai desejar-me.
tudo é, pois, possível, pois nada consente
apenas num ínfimo gesto que me mata:
acatar e pousar-me refém do enquadramento
acomodar-me entre o bolor e a prosa.
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tudo é possível pois nada é impossível
nada limita o eterno e o infindo
curso do tempo em ínfima ínfima pausa
curso do tempo ou rio por onde cresço.
tudo e nada pois as palavras, se bem que fadas
no fundo não significam nem substituem
a verdade enraizada no ar
a saudade a memória do que arde.
nada e tudo amplíssimo verbo
conjugação em gerúndios populares:
de todo o tudo que pode e sempre o foi
de cada nada impossivelmente vazio
sondo a esfera o vértice a espada e a rosa
afino o canto de algum cisne que me habite
um dia.
das palavras cuido aliso falhas
limo arestas restos sílabas raspas.
das fadas do verso branco
das palavras
até da cadência de ritmos e entoações
posso abrir mão, que é como quem diz
afastar-me.
descansar noutro leito,
outro vai desejar-me.
tudo é, pois, possível, pois nada consente
apenas num ínfimo gesto que me mata:
acatar e pousar-me refém do enquadramento
acomodar-me entre o bolor e a prosa.
não significam nem substituem — as palavras —
a verdade enraizada no ar
a saborosa precisão do que arde.
nada e tudo amplíssimo verbo
conjugação em gerúndios populares:
de todo o tudo que pode e sempre o foi
de cada nada impossivelmente vago
refundo o sonho alço-me em lisura, em espada
desabrocho meu puro peito de jasmim e rosa
e, para que o canto nunca se desafine
nem confine ao pardo fim embaciado
posso partir, pausada, meticulosamente:
pois tudo é possível e nada é impossível
pois nada limita o eterno e o infindo
curso do tempo em ínfima ínfima pausa
curso do tempo ou rio por onde cresço
livre verso onde respiro e ardo enquanto amo.
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maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 14 Abril 2012.
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