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avisar da
palavra improvável
passagem
temporária entre vidas
abordar o
agora sem horizontes
destemido
a brincar com a fantasia.
avançar
pelo horizonte impensável
e aliar o
agora ao eterno sem noite ou dia.
avisar:
amor meu, assim te amo.
nos
desvios. nos gestos reservados.
no
resistir a trilhos e caminhos
resistir
favorável do imprevisto
feliz e
abençoado descaminho
floração
favorável dos amados.
meu amor
meu amor, assim te amo.
e frágil
sinto tudo sempre pouco
no nosso
corpo, o nosso universo,
habita o
poema da pura alegria,
no mundo
inteiro e, inteiro, neste verso
sagra-se o
mundo na nossa poesia.
avisar da
suavidade contida
em cada
anca comovida ao tocar.
avisar que
o soalho é uma surpresa
alinhando
os abraços e o suspirar.
inventar
em cada abraço a beleza
e
desalinhar o soalho ao passar.
avisar
quanto aos telhados frementes
e das
inquietas paredes e arcadas
das
irrequietas portas e janelas
avessas à
devassa do olhar
que,
agora, vacilam de perturbadas
pelo
sentir o gemer e o cativar.
resguardar
também os peixes, as algas
guardar o
murmúrio de qualquer onda
junto aos
segredos entre as tuas margens
em cada
tua mão a devir vaga,
meu amplo
amor de acesas miragens:
búzios
conchas marés da madrugada.
sibilos
guardar. acenos. sigilos.
apaixonadamente,
até ao fim,
roçar
clamar suspirar em silêncio
suster o
ar até a cor explodir
abrasar o
desejo e desejar
nunca mais
ter de esperar mais por ti.
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Música:
Júlio
Proença (Fado Esmeraldinha).
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maria
toscano.
Coimbra,
‘jardim da manga’ Restaurante. 9 Abril / 2012.
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