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segunda-feira, abril 09, 2012

remoinho dos cheiros

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tropeço-me nos cheiros que verteste
e ungiram meu leito meu silêncio;
tropeço-me em tranças, brancas tranças
que cresceram de teu peito para mim;
tropeço-me nas brancas cores brancas
de luz que respiraste, de momentos;
tropeço-me nas águas de olhos de água
e num rubor de infância, rubor carmim.
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tropeço-me nas esquinas lisas lisas
do corredor, sereno do intenso
(bis)
tropeço-me em cortinas claras claras
cristais da prometida distância,
tropeço-me, enredo-me em teares
que bordam minha sala de infância
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tropeço-me nas fugas fugitivas
a teu encaracolado peito,
tropeço-me no que calaste, ouvi,
no que calaste com pranto, meu deleito
e, desarvorada, neste remoinho
entrego-me a novos cheirinhos
desarvorada, neste remoinho:
outros laços em pétala, novo caminho.
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Música: Alfredo Marceneiro ('por morrer uma andorinha'. Versículo)
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maria toscano.
In A Utopia da Coragem. Viseu: Palimage, 1999: 15.
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Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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