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terça-feira, março 14, 2006

quem amamos quando amamos... Fernando Pinto do Amaral

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Onde está quem amamos quando amamos

outro corpo de fogo em movimento?

Pra que abismo corremos pra que enganos

quando as promessas são poeira ao vento?

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.De que matéria alheia mal tentamos

fugir quando a verdade mora dentro

de alguém a cujo céu nos entregamos

numa noite de sonho e de tormento?

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.Ainda somos humanos se traímos

por instinto um amor de tantos anos

e só àquele instante obedecemos?

.

.Ainda somos humanos? Ou seremos

a febre que há no sangue quando vimos

de súbito morrer num corpo e vamos

em busca do inferno que merecemos?

.

.Talvez por um momento então sejamos

sonâmbulos fantasmas do que fomos

reflectidos num espelho que não vemos

.

.Ou talvez nesse corpo descubramos

a memória da alma que perdemos

pra sempre no momento em que transpomos

a fronteira dos gestos quotidianos

e ao sabor de um desejo destruímos

todas as intenções todos os planos,

em nome dos prazeres mais supremos

na noite em que deixamos de ser donos

do nosso próprio corpo e abandonamos

angústias e remorsos e partimos

em busca da manhã que não sabemos

.

.Onde está quem amamos quando somos

mais do que humanos? Mais? Ou muito menos?

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.Fernando Pinto do Amaral, Pena Suspensa

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. (oferta do João Morgado)

Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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