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quarta-feira, agosto 21, 2013

derivação




olhos nos olhos
quero ver o que o poema diz.

quero ser o poema.

o que diz.
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maria toscano,
em Coimbra, no Jardim da Manga, a18 Setembro/2007
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domingo, julho 07, 2013

anda, Maria... [derivação]

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anda, Maria, menina desce
desce a avenida e não faça ondas
mostra-te fresca e disponível
como se as horas da recepção
e as outras meias-horas seguidas
de limpezas e de outras lidas
não te pesassem no olhar nas mãos
nem na escorreito enrugar da pele.
desce a avenida, menina desce
mostra-te feliz e tão radiante
de teres trabalhado onze horas lisas
que, hoje — agora —, chegou a hora:
sexta-feira, noite de folia
prevista noite para a diversão.
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maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 6 e 7 Julho / 2013.
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segunda-feira, abril 17, 2006

derivação de Soneto de Natália Correia

«fala a serpente a linguagem dos deuses...»
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Natália Correia
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.despe a serpente peles da cobardia
.certeira, arrastando pedras e poeira
.que injecta, de rastos, do ser que queria
.tornar-se, tornando-se no grão da eira
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.despe a serpente as escamas do medo
.avançando lentamente mas sagaz
.nada a deterá que o tarde é o cedo
.da áurea divina que a muda e refaz
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.despe a serpente o veneno aziago
.dispensa distorções dos dicionários
.liberta o pecado, fora -já- de prazo
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.arrasta e injecta de vocabulário
.novo e perfeito os actos falhados
.e avança, emplumada: faz-se Poemário.
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maria toscano Coimbra, Tosta Rica, 17 de Março 2004

sábado, janeiro 07, 2006

quase...

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.Um pouco mais de sol - eu era brasa,
.Um pouco mais de azul - eu era além.
.Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
.Se ao menos eu permanecesse aquém...
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.Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
.Num grande mar enganador de espuma;
.E o grande sonho despertado em bruma,
.O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
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.Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
.Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
.Mas na minh'alma tudo se derrama...
.Entanto nada foi só ilusão!
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.De tudo houve um começo... e tudo errou...
..- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
.Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
.Asa que se enlaçou mas não voou...
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.Momentos de alma que, desbaratei...
.Templos aonde nunca pus um altar...
.Rios que perdi sem os levar ao mar...
.Ânsias que foram mas que não fixei...
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.Se me vagueio, encontro só indícios...
.Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
.E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
.Puseram grades sobre os precipícios...
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.Num ímpeto difuso de quebranto,
.Tudo encetei e nada possuí...
.Hoje, de mim, só resta o desencanto
.Das coisas que beijei mas não vivi...
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.Um pouco mais de sol - e fora brasa,
.Um pouco mais de azul - e fora além.
.Para atingir faltou-me um golpe de asa...
.Se ao menos eu permanecesse aquém...
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.Mário de Sá Carneiro
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um pouco mais de sal
e a maré rasa
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maria toscano, 2004
já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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