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sábado, outubro 07, 2006

a Distância-Presente, maria toscano

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A Distância-Presente

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.(((a partir de María Zambrano)

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I. a renúncia, fracasso do êxtase?

“a ausência.

é o avesso da memória”.

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. Albano Martins, «Colossos de Mémmon».

In O rosto das máscaras de A voz do olhar.

.(Assim são as algas. Porto: Campo das Letras, 2000)).

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demais será nunca relembrar teu encantamento de alheamento habitado.

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intensa e feroz serenamente ao Aflito Pedido da Poesia Acudiste

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acolheste da solidão a Busca e cuidaste soberana do abraço ansiado sabor da Malga.

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alheadamente quer dizer

distante da tábua

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presente na fala soberanamente.

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teu cabresto de sul chocalhando desde o Antigo país veio

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soberano sereno alheadamente procurando a mais alta montanha

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a da fala mediterrânica

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fizeste o atlântico o azteca e o ibérico

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cantos limiares terreiros da sombra no pino das horas

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lábios do sal e poeira tosca

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puídos entretantos esquinas da cal

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catedral erguida a meio ao alto no meio da memória anarquista a sangrar (catalã ainda) em rostos varandas esbugalhados na Diagonal

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virgens a negro de Lorca

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arrojo de decotes a cor ensejos carnosos fintas e poses de Miller

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touradas de coxas miradas espadas e mãos

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da revolução gravaste

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e leques e volúpias tangadas sapateadas dedilhadas

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e as meninas tenras na tela de V.

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e ossadas, e carabinas a água-forte do desse do surdo traído noutra revolução

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apagadamente fulminaste o estágio o em trânsito.

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encontraste do cálculo interno o raio que enlaça os mundos.

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apagadamente chispaste o ou de cons, tambéns

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saraste a greta na sabida na antiga acção da raiz ao pólen.

...

amorosamente apagadamente zembraste o homem..

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maria toscano

(fragmento de livro inédito)

Nota: as reticências centradas na linha representam mudança de página

Coimbra, Setembro/2000; Dezembro/2001 a Fevereiro-Abril/2002

1 comentário:

emedeamar disse...

Obrigada!
abração!
:-)

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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