ao ritmo da oculta semente
marca-se a nova florição.
.
no ventre de solos e de águas
na terra
concha dilatada
algas gotas incolores e tubérculos
translúcidas membranas da raíz
alastram pelo som do silêncio
alagam-se de esperança resguardada
que é outro nome para nomear a seiva.
.
no ventre de sonhos e águas
na terra
fêmea emprenhada
ergue-se em estalactites a dádiva
as fibras da decisão amorosa.
.
no ventre de solos e de águias
na terra
pouso da caminhada
fervilham os destinos humanos
entre abandono e consolação.
.
na terra
ventre de solos e águas
ao ritmo da oculta semente
ateamos a nova florição.
.
consoante o verbo nomeado pela vogal aberta da alegria.
.
.
.
maria toscano,
em Coimbra, no Café Santa Cruz, a 30 Julho / 2007
Sem comentários:
Enviar um comentário