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terça-feira, maio 20, 2008

há dias em que as palavras são AS PRENDAS que os outros nos dão... como as de Maria Gabriela Rocha Martins (e um Búzio de Palavras do João Rasteiro)

«Claro que mando, hom'essa!E estou contigo. (...)
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ó miúda, tens de habituar.te às minhas provocações.
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eheheheheeheh
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é que eu também sou uma gozona e peras!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Mas deixemo.nos de (...) e aí vai o poema feito na passada sexta.feira.
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Agora passa a ser teu» .
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ninguém disse que o futuro viria
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dois movimentos
dois movimentos tão belos quanto nós
a oscilação dos corpos
à direita
à esquerda
ao centro
um ritmo dual concebido como dança primitiva
as árvores mexem.se o suficiente para acompanhar.nos
sem interromper o balanço dos ramos
os arbustos idem
as hastes vergam
há lodo no cais
lembras.te?
vimo.lo quando nos encontrámos em setembro
setembro revisto na lenta reconstrução do mosto
do teu rosto
do meu rosto
a noite perpendicular aos músculos que no escuro
tentavam a dança dos enamorados
quando ainda acreditávamos em histórias banais
movíamo.nos através da desordem
banal dos sentimentos
banais
íamos aprendendo a volúpia
acendíamos o esquentador
deixávamos a água escorrer ao longo dos nossos corpos
era o teu ou o meu o primeiro que se entregava?
movíamo.nos no espaço redondo
com a luz acesa entre o ontem e o futuro
imóveis preenchíamos a intensidade
fechados na divisão corpórea e intranquila dos nossos corpos
tangíveis
depois sempre depois
uma boca única para respirar dois movimentos
dois movimentos
oscilantes
perpendiculares
a impossibilidade de uma dança aquática
eram assim os nossos sonhos
ninguém ousava dizer.nos que o futuro viria
ainda bem
se não ousaríamos acreditar no estrondo
bruto
de uma porta que se poderia fechar
ou no abraço circular de uma tarde
sem destino ou hora
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«Isto é tudo com minúsculas. Se te aparecer alguma maiúscula pelo meio, por favor, ao publicares, passa para minúscula, ok?»
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Maria Gabriela Rocha Martins
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mt, GraTa

Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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