«Claro que mando, hom'essa!E estou contigo. (...)
.
ó miúda, tens de habituar.te às minhas provocações.
.
eheheheheeheh
.
é que eu também sou uma gozona e peras!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
.
Mas deixemo.nos de (...) e aí vai o poema feito na passada sexta.feira.
.
Agora passa a ser teu»
.
.
.
.
.
ninguém disse que o futuro viria
.
.
.
.
dois movimentos
dois movimentos tão belos quanto nós
a oscilação dos corpos
à direita
à esquerda
ao centro
um ritmo dual concebido como dança primitiva
as árvores mexem.se o suficiente para acompanhar.nos
sem interromper o balanço dos ramos
os arbustos idem
as hastes vergam
há lodo no cais
lembras.te?
vimo.lo quando nos encontrámos em setembro
setembro revisto na lenta reconstrução do mosto
do teu rosto
do meu rosto
a noite perpendicular aos músculos que no escuro
tentavam a dança dos enamorados
quando ainda acreditávamos em histórias banais
movíamo.nos através da desordem
banal dos sentimentos
banais
íamos aprendendo a volúpia
acendíamos o esquentador
deixávamos a água escorrer ao longo dos nossos corpos
era o teu ou o meu o primeiro que se entregava?
movíamo.nos no espaço redondo
com a luz acesa entre o ontem e o futuro
imóveis preenchíamos a intensidade
fechados na divisão corpórea e intranquila dos nossos corpos
tangíveis
depois sempre depois
uma boca única para respirar dois movimentos
dois movimentos
oscilantes
perpendiculares
a impossibilidade de uma dança aquática
eram assim os nossos sonhos
ninguém ousava dizer.nos que o futuro viria
ainda bem
se não ousaríamos acreditar no estrondo
bruto
de uma porta que se poderia fechar
ou no abraço circular de uma tarde
sem destino ou hora
.
«Isto é tudo com minúsculas. Se te aparecer alguma maiúscula pelo meio, por favor, ao publicares, passa para minúscula, ok?»
.
.
Maria Gabriela Rocha Martins
.
mt, GraTa
Sem comentários:
Enviar um comentário