Se agora viesses, amado poema
trarias nos olhos a angústia de sempre
rancores ancorados em rimas do avesso
e medos e quilhas rombos macerados
nas pregas do trevo de 3 folhas feridas.
Se agora viesses, poema. e amado
canteiro de asas viveiro dos ventos
Se agora brotasses do ventre das águas
do jugo dos dias suado em silêncios
terrenas misérias ódios governados
fartas intempéries a rugir nas bolsas
de abrigos ao calhas seguros ao nada,
mãos e pés em chamas desbatam mentiras
de cofres cadeados destilando a Terra
afogando a asa do tempo arrastada
ninhos das memórias a oriente e
ao sul
a eito arrasadas. no peito,
um tremor
comove as pessoas.
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Se agora viesses
tal rasto
por certo
baralhava a lida.
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maria toscano, in "o que arde não perdura. Poemas em Água Viva." (inédito).
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Coimbra (Dez/2004 a Set/2005)
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