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das escaramuças dos dias afastam-se as falas ralas
inúteis sílabas
vogais.
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adensa-se a névoa e a claridade
— consoante se seja fruto para a morte ou raíz de vida.
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adensa-se o nervo da nevrótica colonização do outro
que seja inteiro
a par da sereníssima voz do grande silêncio
que aquieta o consolo
que é o consolo
e a salvação.
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das escaramuças
mortais
— dos dias com fim —
erguem-se as raízes da memória.
e a vida lavrará a terra
(como a terra tem, soberana, lavrado a vida).
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só a vida
secará o fruto que apenas existe
brilhante
para dar lugar ao que vibra
sem tempo nem dó.
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das escaramuças?
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só sobra mesmo a vida.
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maria toscano
Coimbra, 25 Julho/2009
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