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sexta-feira, julho 24, 2009

"...um labirinto selvagem permanece no coração..." — José Agostinho Baptista

"Somos prisioneiros, pertencemos a um lugar. Não há outro. Como o caule à raiz, o fruto à árvore, pertencemos àquilo que tocamos, sem saber porquê. E andamos à volta, porque somos isso, uma nave que se move sobre um eixo indiferente e acelera a sua marcha à medida que os anos passam e as lápides se aproximam. Acendem-se as lâmpadas, nesse terraço que imagino, mas um labirinto selvagem permanece no coração, nas suas passagens secretas, cujos portões encerram, num estranho castelo de nuvens e vapor, a nossa inamovível solidão. Se quisermos, podemos partir para as estrelas fabulosas de uma noite austral. Se quisermos, podemos plantar ao amanhecer um jardim de plantas luminosas e muito brancas, podemos vaguear perdidamente, lembrar, esquecer, recomeçar tudo o que interrompemos da última vez."
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José Agostinho Baptista. O Pai, a Mãe e o Silêncio dos Irmãos.
Assírio&Alvim, 2009. pp. 183, 184, 185.
já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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