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domingo, dezembro 13, 2009

declaração de amor

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Excita-me a tua presença, ó Árvore - ó Árvores todas !
Desejo-te ( desejo-vos ) como se fosses Carne, e eu Desejo.
Como se eu fosse o vento que preside às tuas bodas,
e te cicia em redor, e te fecunda num aliciante beijo.
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Ponho os olhos em ti e entretenho-me a pensar que sou mãos,
todo mãos que te envolvem o tronco e te sacodem convulsivamente.
Requebras-te com volúpia, e os teus emaranhados cabelos louçãos
fustigam o ar como látegos com toda a força que este amor me consente.
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Ó Árvore minha débil ! Ó prazer dos meu olhos extáticos !
Ó filtro da luz do Sol ! Ó refresco dos sedentos !
Destila nos meus lábios as gotas dos teus ésteres aromáticos,
unge a minha epiderme com os teus macios uguentos.
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Desnuda-me a tua intimidade, ó Árvore. Diz-me a que segredos recorres
para te desenrolares em flores e em frutos num cíclico desvario,
porque é que tudo morre à tua volta e tu não morres,
e aceitas sempre o Amor com renovado cio.
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Inicia-me nos teus mistérios, ó feiticeira dos cabelos verdes.
Ensina-me a transformar um raio de sol em suculenta carnadura,
e nesses perfumes subtis que a toda a hora perdes
prolongando o teu ser no ar que te emoldura.
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É através de ti, ó Árvore, que celebro os esponsais entre mim e a Natureza.
É através de ti que bebo a nuvem fresca e mordo a terra ardente.
É de ti que recebo as leis do Amor e da Beleza.
Amo-te, ó Árvore, apaixonadamente.
ANTÓNIO GEDEÃO, in «Máquina de Fogo» . (mt, Grata a AM) .

Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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