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Excita-me a tua presença, ó Árvore - ó Árvores todas !
Desejo-te ( desejo-vos ) como se fosses Carne, e eu Desejo.
Como se eu fosse o vento que preside às tuas bodas,
e te cicia em redor, e te fecunda num aliciante beijo.
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Ponho os olhos em ti e entretenho-me a pensar que sou mãos,
todo mãos que te envolvem o tronco e te sacodem convulsivamente.
Requebras-te com volúpia, e os teus emaranhados cabelos louçãos
fustigam o ar como látegos com toda a força que este amor me consente.
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Ó Árvore minha débil ! Ó prazer dos meu olhos extáticos !
Ó filtro da luz do Sol ! Ó refresco dos sedentos !
Destila nos meus lábios as gotas dos teus ésteres aromáticos,
unge a minha epiderme com os teus macios uguentos.
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Desnuda-me a tua intimidade, ó Árvore. Diz-me a que segredos recorres
para te desenrolares em flores e em frutos num cíclico desvario,
porque é que tudo morre à tua volta e tu não morres,
e aceitas sempre o Amor com renovado cio.
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Inicia-me nos teus mistérios, ó feiticeira dos cabelos verdes.
Ensina-me a transformar um raio de sol em suculenta carnadura,
e nesses perfumes subtis que a toda a hora perdes
prolongando o teu ser no ar que te emoldura.
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É através de ti, ó Árvore, que celebro os esponsais entre mim e a Natureza.
É através de ti que bebo a nuvem fresca e mordo a terra ardente.
É de ti que recebo as leis do Amor e da Beleza.
Amo-te, ó Árvore, apaixonadamente.
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