.
.
há um canto de cisne
gracioso
arqueado em soberba e sofrimento
.
.
há um gesto de lousa
antiquado
riscado a pó branco no esquecimento
.
.
há um canto de lousa
tortuoso
gizado entre o vazio e vazios imensos
.
.
há um gesto de cisne
anguloso
desbaratado entre a cobiça e o ranço
.
.
há um cisne de gesto
virtuoso
a esvoaçar intermitente manso
.
.
há uma lousa de canto
sinuoso
lascada por idas vindas e desencontros
.
.
.
.
.
há um canto
de cisne
gesto que ousa
— seja eu a lousa onde firmes o encanto.
.
.
.
maria toscano.
Coimbra, 25 Janeiro / 2003.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário