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com olhos lanterna vou pelos dias
caminho-me pelos caminhos latos.
com olhos de gato, iluminados,
de noite, ao luar, torno-me espia.
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com coices de crinas tomo a vida
rasteirinha, de ódio besuntada.
previno a utopia da insulina
por vazios medos medicada.
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remoo e rescaldo as dores do mundo,
o mural de ferro, a língua afiada,
o insonso soro, a fala educada,
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teu corpo intacto, tua cama odiada.
— de noite, há luares que abrancam tudo,
o visto e o vivido a fio de prumo.
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maria toscano.
Coimbra, Junho / 1983 e Outubro / 1999.
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