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“os astros das palavras não se semeiam”?
que banal seria este afirmar.
incendiadas, grãos de poema
polvilham, de sereias, o areal.
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os astros das palavras são centeio
são moluscos das veias. abismal
contorno. um veio noutro veio.
andanças do pão do vinho e do sal.
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são as palavras que marcam o breu
do anoitecer do sempre matinal.
palavras areadas sem permeio:
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criadoras da luz, centro sem meio
fundadoras do silêncio, do estar:
terra lunar, sol do tudo em que creio.
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maria toscano.
Coimbra, 26 Abril / 1998.
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