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sábado, dezembro 17, 2011

as janelas da Suécia

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às janelas
propositadamente
os vasos.
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erguem-se pelos ramos 
verdes e laços saídos de vasos coloridos
ou floridos erguem-se
avisam quem passa que
detrás da vidraça
há um tempo de seiva
regendo e regando
regado à pouca luz.
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às janelas
propositadamente
acomodam-se candeeiros brinquedos
a abrir o lar à convivência do olhar
abrem o olhar à intimidade da casa
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as janelas. propositadamente
simetrias contidas, como as casas
severas disposições, como as pessoas
contudo, expostas, abertas ao de fora
propositadas si-me-tri-ca-men-te, 
servem a rua
servem casas pessoas e fronteiras
limiares do de dentro acolhendo o de fora
vidraças abertas pelo vidrado à luz
fracos watts pelas lâmpadas pelo céu
plenam o branco de todas as paredes.
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são iluminadas. todas.
as casas.
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pálidas não fogosas
guardam
como a luz, a sombra
por igual
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dirias tu, ó do Sul / que não há luz.
erroneamente.
nota-se, até, a ausência do sombrio
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ténue é 
a claridade do todo, interior:
propositadamente
exala-se pelas janelas
a constância dos rumores da vista
a presença 
suave continuada
do sereno estar-em-casa em Lund
— na casa
     fronteira entre alma e mundos
     onde, à janela, propositadamente
     flores da alma fermentam o pão da luz.
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maria toscano
24  Abril / 2001.
no Hotel Aparta de Lund, na Suécia.
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Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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