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sexta-feira, março 02, 2012

poemas em branco fado — 1.

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depois de darmos um ao outro
o silêncio
— nossos silêncios e segredos partilhados —
chegará a vez de ombrear na rota
momento de escolher a palavra curta
a densa palavra onde estamos mas resguardamos
por respeito aos azulejos e pintassilgos.
depois do silêncio partilhado
da passada / do olhar e / do perfume
chegará, meu amor, a vez do branco
o instante do pulsar, encandeados
pelo brilho do fado por fazer.
por isso, meu amor, fala baixinho
roça-me o destino o pescoço e, a meus ombros,
despe-os do peso do futuro
amaldiçoado a esperar.
por isso, meu amor, o melhor, mesmo,
— enquanto o solfejo marca fundas inspirações —
o melhor é continuarmos unidos
pelo silêncio onde tudo se pode
pois nele o branco fado brilha, sem mais.
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maria toscano.
Coimbra. Galeria Santa Clara. 29 Fevereiro / 2012.
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Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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