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enquanto o som quebrar a monocórdica sombra do
tédio.
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enquanto o toque assombrar a veia atónita do
medo.
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a par do canto ao sul endiabrado em arpejos e danças.
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ao lado de cada compasso silêncio suspiro ou
brado.
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por dentro do movimento de contra-acção do
fumo no ar
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por dentro de cada acção que habilita o sonho
a voar.
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rente ao rodapé da emoção tímida, de hábitos
tolos,
arrepios foscos, gestos poucos e da entrega
adiada.
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ao ritmo do raio de sol a desvelar a minúscula
flor lilás
rompendo o vazio na calçada de pedra, tecida à
mão.
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ah e enquanto durar o teu sorriso vertendo no
meu.
ah e enquanto o meu sorriso durar vertido no
teu.
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permanecerei. confiante, pendente,
esperançada alucinada
à espera de cada radical. palavra
lavra do universo que escrevas subtilmente
para depois, como me cumpre, eu gravar
— a traços de águas coloridas,
no papiro do desejo e do amor —
a mais universal emoção.
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maria toscano. ©
Coimbra, (C)asa Verde, 19 junho / 2012.
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