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quarta-feira, janeiro 30, 2013

ainda aqui estou e permaneço.


é claro que ainda aqui estou, amor.
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ainda aqui estou e permaneço.
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o meu futuro? é a hora a tremer a cada segundo.
o meu projecto? é abrir-me, pelo peito verbo ar.
o meu desejo? é vibrar em cada película do aqui.
o meu rasto? vai diluir-se pelos passos lustrosos de meninos.
o meu riso? vai fundir-se com a espuma salgada das marés.

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o meu destino? ser-me.
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o meu ensejo? ser-me.
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o meu poema? ser-me
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e em cada letra ou gesto ou sopro ou beijo
gemidos
no instante que dura a eternidade
poderás, sempre,
— quer dizer: agora, eternamente —
partilhar comigo as saudades.
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por isso o meu nome é tão curto e extenso.
por isso o meu modo é tão vasto e conciso,
no rigor que exigência e entrega impõem,
incondicionais.
por isso
o meu abraço é a casa onde habitas, habitamos,
à revelia da tua memória resistente e pouca.
por isso, meu amor,
o meu silêncio alia esperança e risos
por dentro do brado seriíssimo pela verdade.
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por isso aqui estou e permaneço
honrando o nome da Vida e o modo do Amar.
por isso
— estranhamente, admito,
— renasço na frescura do acto pulsante
de perdurar. ser.
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maria toscano. ©
Coimbra, (C)Asa Verde. 7-8 Julho/2012.
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Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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