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levamos nas polpas dos dedos
antigas ferrugens
e óleos.
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galgos de ossos coçados
perseguem a queda da sombra
atiçam, de olhos
esbugalhados,
cada pegada que deixamos
à beira das águas.
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galgos, que é como quem
diz,
braços embalados por
hienas
braços, cotos
sem mãos
sem aquela quente e saborosa
tua
nessas noites em que inventamos o ovo. .
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galgos, que é como quem
diz,
cabeças na maré vaza
cabeças cegas
tementes da claridade
atrapalhando os mil olhos das ondas.
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galgos, que é como quem
diz,
versos dos tempos
esmigalhados em mil
pedaços da ira,
traduções
da desgraça
versos dos tempos
vibrantes no horizonte
quer esteja o sol
quer esteja a lua
quer esteja O Astro.
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galgos, que é como quem
diz,
estas pessoas
gente como nós
ainda encapuçadas
levando nas polpas
dos dedos
antigas cruzes
ferrugens cúmplices
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e óleos.
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por aspergir.
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maria toscano, de a queda da sombra (inédito).
Coimbra, Café St.ª Cruz. 4 Abril/ 2007
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2 comentários:
muito bonito esse fundo...
e vc ? onde andas?
a páscoa ainda não acabou?
hahahah
beijos
della
a páscoa já... o trabalho é que não...
enfinsss...
:-)
Sempre Alegre! Bem-Vinda, Amiga!
beijinhos!
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