A linguagem é o nirvana da arte, ou seja, é a forma plena de expressão, pois utilizamos as suas formas e suas estruturas, bem como as sonoridades das palavras nos textos e, sendo assim, os signos lingüísticos nos proporcionam um grande léxico de significação na língua. Partindo desse mesmo viés é que tomamos a consciência de que tudo no mundo gira em volta da linguagem.
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O capitalismo, desenfreado, embutiu a informação de que a imagem é tudo, ou seja, a aparência, a superficialidade passam a ser mais importantes do que a forma plena da expressão humana – a linguagem. Podemos analisar a palavra – informação através do seu prefixo “in” (dentro de) e “forma” (dentro dos moldes, enquadrado a), e, portanto, o seu verdadeiro significado é estar dentro de uma forma. É justamente o que a mídia faz com a linguagem: poluindo-a com o excesso de informação, e homem vai sendo moldado, fragmentado, pelo sistema e fazendo com que perca sua espinha dorsal, isto é, a consciência da linguagem.
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A linguagem é o que se aproxima mais do que venha a ser o homem e de sua essência; portanto, é através dela que os nossos sonhos e pensamentos são estruturados. É bom lembrarmos que a imagem sem a linguagem não é nada, mas a linguagem sem a imagem é tudo.
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Agora me parece propício analisarmos o quadro de Leonardo da Vinci, Mona Lisa, cuja descrição só é possível se inserida numa linguagem a qual nos proporciona seu entendimento e, portanto, a obra de da Vinci não se fixa somente na parte visual, mas em uma conexão do visual com a linguagem, ou seja, a linguagem da arte.
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O homem não escolhe se quer ou não estar no plano lingüístico: ele já nasce inserido nele; portanto, toda a natureza humana é permeada pelo pensamento que logicamente é permeado pela linguagem. Por isso, o homem não é natural e sim artificial. Pois é através da linguagem que o homem faz sua mediação com a realidade. Agora entendemos o porquê: a linguagem é a "morada do ser".
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