neste serão dos 34 anos
não posso dar-me ao luxo de esbanjar a alegria e a luz
que me couberam, ó gentinhas.
há modos vários de o fazer, que passam pela
invejinha normal do dia-a-dia,
pela palmadinha nas costas, pelo sufoco da respiração
quando os inimigos amam criam vivem
ou são.
há modos vários
e vários os modos de o dizer
- ó gentinhas.
empenhar mais algum do meu precioso tempo nesta
faina
seria perdição e desperdício.
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ó gentinhas.
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vem o sol a entrar agora mesmo,
aqui.
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e, com ele,
a mãe que vibra recorda
- até às gentinhas -
que nunca deixou os seus cuidados por mãos alheias.
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vem o sol a entrar,
agora que a lua se resguarda
e,
ó gentinhas,
é luz demasiada
para quem vive à cata da lâmpada dourada que acaba
sempre
por fundir.
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ó gentinhas:
entrego-lhes a justiça superior
que vos tocará na volta
- à lua, ao sol e à mãe
soberana.
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não há candelabro que vos valha, ó gentinhas
baças,
douradas na pardacenta miséria
da auto-contemplação.
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preparai-vos,
ó gentinhas.
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pois sempre volta
o que volta na volta da maldição.
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