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quinta-feira, abril 24, 2008

poema da volta da maldição

neste serão dos 34 anos
não posso dar-me ao luxo de esbanjar a alegria e a luz
que me couberam, ó gentinhas.
há modos vários de o fazer, que passam pela
invejinha normal do dia-a-dia,
pela palmadinha nas costas, pelo sufoco da respiração
quando os inimigos amam criam vivem
ou são.
há modos vários
e vários os modos de o dizer
- ó gentinhas.
empenhar mais algum do meu precioso tempo nesta
faina
seria perdição e desperdício.
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ó gentinhas.
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vem o sol a entrar agora mesmo,
aqui.
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e, com ele,
a mãe que vibra recorda
- até às gentinhas -
que nunca deixou os seus cuidados por mãos alheias.
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vem o sol a entrar,
agora que a lua se resguarda
e,
ó gentinhas,
é luz demasiada
para quem vive à cata da lâmpada dourada que acaba
sempre
por fundir.
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ó gentinhas:
entrego-lhes a justiça superior
que vos tocará na volta
- à lua, ao sol e à mãe
soberana.
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não há candelabro que vos valha, ó gentinhas
baças,
douradas na pardacenta miséria
da auto-contemplação.
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preparai-vos,
ó gentinhas.
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pois sempre volta
o que volta na volta da maldição.

Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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