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sexta-feira, maio 16, 2008

E Tudo Era Possível

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido
.
Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
.
E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
.
Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer
.
Ruy Belo, Homem de Palavra[s]
.
Lisboa, Editorial Presença, 1999 (5ª ed.)
.

2 comentários:

Edson Gonçalves disse...

Sou do Brasil. Um caçador de poesias e de palavras fora de lugar para que façam sentido. Me chamam por lobo e meus amigos gostam do que escrevo e do que encontro.
estou simplesmente fascinado pela sua poesia e pela voz da Sonia Pereira.
Agora sou um visitante assíduo e um espectador da sua arte.
Quero falar mais com voce.
Bom dia, um beijo de um Brasileiro.

emedeamar disse...

fragmentos de felicidade: os lobos são um tópico importante na literatura, sobreo qual também não resisti a escrever sobre;
bem vindo a esta mouradia sular; volte sempre.
(tentei aceder mas o seu perfil não está disponível? ou talvez erro do servidor, talvez)
Obrigada pelas suas palavras, talvez exageradas no que se refere ao que aqui vou registando; :-) mas volte quando quiser.
cordialmente, mt

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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