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quarta-feira, junho 04, 2008

sílaba da verdade

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não há metáforas nas palavras inscritas
pela fala
sílaba da verdade.
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não há metáforas para a curta alegria
de viventes esfaimados.
em sangue
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escorre o esbanjamento a incúria ao ritmo do suor apequenado.
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os cabelos da terra em palha de aço
instrumento dócil da iniquidade.
as raízes dos povos e seus farelos
sufocam-se nos claustros do negócio
onde o rio só serve para chamar multidões esganadas sem futuro.
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escorre a iniquidade o esbanjamento
a incúria e a perversa encenação.
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onde plantar o trigo, colher o pão?
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onde o onde que navegava em fartura?
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pescados do infortúnio
frotas sem guelras.
impunidade onde a metáfora não cabe
texto do tempo sem texto nem tradução
sem linguagem que areje os horizontes.
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nas palavras inscritas pela verdade
não há metáfora para o terror
socializado
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guardemos, pois, as metáforas
da vida
para esse germinar da paixão
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sílaba quente de ontem e amanhã
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sílaba pura intacta da verdade
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sílaba inteira
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vivente
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sem metáforas
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sem metáforas para dizer o que é. e há-de.
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maria toscano
Coimbra, 4 junho/2008

3 comentários:

Anónimo disse...

Já passei pelo margens, volto aqui para te dizer , que muito gostei deste poema» ».. PARA DIZER O QUE É. E hÁ-DE .
ABRAÇO AMIGO
zÉ MARTO

Anónimo disse...

Isto passou tão rápido que mal tive tempo de perceber , se ficou guardado ou não :...»
Silaba de verdade , a eterna busca, a palavra escrita::::» ... o que é e há-de.»
absolutamente teu poeta!
Abraço amigo
Zé marto

emedeamar disse...

OOOOOOOOOOOO-BBBBBBBBBBBBBBBBri-«Zé»:
:-)
DGGGGGGGGGGGGGGA-DDDDDDDAAAA! Amigo! Irmão!
:-)
(pois, no margens eu editei-o há uns dias e parece-me que foi editado outra vez, com link para aqui? mas juro que não fui eu! que esquisito! enfins. quando tiver tempo falo com a Nossa Guia)
:-)
beijocas, graTa, m

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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