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não há metáforas nas palavras inscritas
pela fala
sílaba da verdade.
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não há metáforas para a curta alegria
de viventes esfaimados.
em sangue
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escorre o esbanjamento a incúria
ao ritmo do suor apequenado.
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os cabelos da terra em palha de aço
instrumento dócil da iniquidade.
as raízes dos povos e seus farelos
sufocam-se nos claustros do negócio
onde o rio só serve para chamar multidões esganadas sem futuro.
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escorre a iniquidade o esbanjamento
a incúria e a perversa encenação.
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onde plantar o trigo, colher o pão?
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onde o onde que navegava em fartura?
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pescados do infortúnio
frotas sem guelras.
impunidade onde a metáfora não cabe
texto do tempo sem texto nem tradução
sem linguagem que areje os horizontes.
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nas palavras inscritas pela verdade
não há metáfora para o terror
socializado
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guardemos, pois, as metáforas
da vida
para esse germinar da paixão
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sílaba quente de ontem e amanhã
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sílaba pura intacta da verdade
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sílaba inteira
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vivente
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sem metáforas
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sem metáforas para dizer o que é. e há-de.
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maria toscano
Coimbra, 4 junho/2008
3 comentários:
Já passei pelo margens, volto aqui para te dizer , que muito gostei deste poema» ».. PARA DIZER O QUE É. E hÁ-DE .
ABRAÇO AMIGO
zÉ MARTO
Isto passou tão rápido que mal tive tempo de perceber , se ficou guardado ou não :...»
Silaba de verdade , a eterna busca, a palavra escrita::::» ... o que é e há-de.»
absolutamente teu poeta!
Abraço amigo
Zé marto
OOOOOOOOOOOO-BBBBBBBBBBBBBBBBri-«Zé»:
:-)
DGGGGGGGGGGGGGGA-DDDDDDDAAAA! Amigo! Irmão!
:-)
(pois, no margens eu editei-o há uns dias e parece-me que foi editado outra vez, com link para aqui? mas juro que não fui eu! que esquisito! enfins. quando tiver tempo falo com a Nossa Guia)
:-)
beijocas, graTa, m
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