(O soneto que só errado ficou certo)
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Se eu pudesse iluminar por dentro as palavras de todos os dias
para te dizer, com a simplicidade do bater do coração,
que afinal ao pé de ti apenas sinto as mãos frias
e esta ternura dos olhos que se dão.
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Nem asas, nem estrelas, nem flores sem chão
- mas o desejo de ser a noite que me guias
e baixinho ao bafo da tua respiração
contar-te todas as minhas covardias.
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Ao pé de ti não me apetece ser herói
mas abrir-te mais o abismo que me dói
nos cardos deste sol de morte viva.
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Ser como sou e ver-te como és:
dois bichos de suor com sombra aos pés.
Complicações de luas e saliva.
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3 comentários:
Uff! depois de um périplo terrível, acho que cheguei finalmente ao sítio que queria.
Pois bem, vou dizer:
a)parabéns por este poema do Zé Gomes Ferreira;
b)vou um poeta que me influenciou
muito;
c)apresentaram-mo 1/2 anos antes de ele morrer: ele apertou-me a mão como quem o faz a mais um, eu apertei a dele extasiado. Lembro-me da mão dele "sapuda", ele já a andar com muita dificuldade... Que bom, Fátima, por me fazeres lembrar tudo isto! Um beijo.
do poeta militante!
militantemente
Zé Marto
Vitor!!!! Bemvindo! Ainda bem que te fiz ter boas recordações (JGF) e lamento que tenhamos essas outras saudades. Deve ser isso que significa a tão "batida" frase: Os tempos mudam. Camões? ai, ai, ai, nada de misturas! :-) bêjus (à Sul);
Zé: vai-te lá andando e nã te pares muito por cá que os tempos são mesmo de férias :-) bêjussss!
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