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mas que memória
podemos ter
de nós?
e de qual tempo?
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deste tempo exterior
em que
depois de criados
e decifrados
os consensuais alfabetos
da exploração
da vida
chegou o projecto Stardust
com material inalterado
desde o início
do sistema solar,
que não nos diz
se então já havia actos de amor
e portanto
não nos diz nada (?)
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é preciso emparedar o demente
que propõe que podia haver
o que não há.
e outros
como ele.
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acham-se todos
cada vez mais
perdidos
no meio do próprio ruído,
carregando
males
e mails
como se a diferença
entre ambos estes termos
não fosse
apenas o espaço
de uma ou outra letra,
e a ressonância
da voz do homem
que treme fora como a terra dentro.
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ALBERTO PIMENTA
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Imitação de Ovídio, & etc, Lisboa, 2006.
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(mt, Grata a mg)
1 comentário:
Um grande poema de um grande poeta.
Obrigado pela partilha.
Beijo.
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