pôr na mesa frascos por abrir
castelos de vingança embaciados
pires do desejo desajeitado
e os flocos do medo do porvir,
a xícara da lista dourada
de incertezas perversas e azedas
mais o néctar de ódios e impurezas
transbordando, do bule, em golfadas.
põem-se à mesa taças para a espera;
branco é o néctar pelos dedos adiados,
sorvos do tédio pasteurizado
yougurtes da esperança da quimera.
põe-se à mesa o pão pelo amor torrado:
amor no tédio-a-tédio esboroado.
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maria toscano, 28 Março/ 1999.
In Portugalito. Viseu, Palimage Editores, 2002.
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