.
.
.
1.
.
os olhos estalam.
estilhaçam-se ante a ignonímia
duradouras burlas de biltres e rapinas
ardem. os olhos. fixos no presente
desencantados por nem todos saberem os caminhos.
.
.
.
os olhos anseiam
porque são olhos de ver
sempre desejam o horizonte
o por fazer
os olhos distendem-se
cristalinos ilimitados
porque, como o povo diz,
são, das almas, o espelho.
espraiados pelos longes
inatingíveis
vão refazendo, assim, a confiança
a serena bonança
a esperança firme
flor nascente a borbulhar em cada olhar
de cada vez que ver é fermentar
estilhaçados
em cacos se reunirão
pois disso trata a peregrinação de Ísis:
a eito, fermentar o indivisível
regenerar, em cada parte,
todo o horizonte
esse destino certo
pois impossível e inerente a cada
olhar.
.
.
.
2.
.
tantas as vezes quantas for necessário
há-de erguer-se a fala dos poetas
caminhará ondeará ou dirá, apenas,
dizendo, devagar, os grandes nomes
rebelando o consentir e o adiar
nomeando, carinhosa, os sítios certos
libando os húmus das peles indignadas
tantas as vezes quantas for preciso
há-de voltar o ritmo a cadência a toada
a rima interior da fala ilesa branca
destemida e incontida
ilimitada
entre o tom do reggae e o das guitarras
onde essa voz astuta nasce requebrada
para se alçar durando
audaz
sempre e enquanto for preciso ou necessário.
.
.
1.
.
os olhos estalam.
estilhaçam-se ante a ignonímia
duradouras burlas de biltres e rapinas
ardem. os olhos. fixos no presente
desencantados por nem todos saberem os caminhos.
.
.
.
os olhos anseiam
porque são olhos de ver
sempre desejam o horizonte
o por fazer
os olhos distendem-se
cristalinos ilimitados
porque, como o povo diz,
são, das almas, o espelho.
espraiados pelos longes
inatingíveis
vão refazendo, assim, a confiança
a serena bonança
a esperança firme
flor nascente a borbulhar em cada olhar
de cada vez que ver é fermentar
estilhaçados
em cacos se reunirão
pois disso trata a peregrinação de Ísis:
a eito, fermentar o indivisível
regenerar, em cada parte,
todo o horizonte
esse destino certo
pois impossível e inerente a cada
olhar.
.
.
.
2.
.
tantas as vezes quantas for necessário
há-de erguer-se a fala dos poetas
caminhará ondeará ou dirá, apenas,
dizendo, devagar, os grandes nomes
rebelando o consentir e o adiar
nomeando, carinhosa, os sítios certos
libando os húmus das peles indignadas
tantas as vezes quantas for preciso
há-de voltar o ritmo a cadência a toada
a rima interior da fala ilesa branca
destemida e incontida
ilimitada
entre o tom do reggae e o das guitarras
onde essa voz astuta nasce requebrada
para se alçar durando
audaz
sempre e enquanto for preciso ou necessário.
.
.
.
3.
.
amparando a pele
carnuda
a roçar lábios
hirtos os membros / os seios
a ovação
aninhando a gema
da pele
a salvação
rasando o de leve
até aos ínfimos
este o gesto mais inteiro da humana condição.
.
.
.
4.
.
de longe se instala
perdura
a intuição sem forma
do que existe.
acre áspero ou suave, de impulso forte
instalando-se, gravoso, na memória
de longe vem e perdura.
digo: o odor a pulsar.
.
.
.
5.
.
ínfimas partículas protegidas
antecedem o limiar da subsistência
esquecidas, fazem-se vivas
presentes
inflamadas por lábios e salivas.
dão-se-nos em doce e em salgado
dão-se-nos em novo e conhecido
dão-se-nos e dão-nos o liso tempo
da conversão de estranhos em amigos
pela partilha
à mesa
das insistentes ínfimas e presentes
partículas, ínfimas papilas do gosto.
.
.
.
maria toscano.
19 Dezembro/ 2011.
Coimbra, Café Tropical.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário