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há um poiso invisível
para a esperança
na intranquila bonança instável.
sua planura devém anéis elípticos
há contínuas gerações a fecundar
o mais íntimo código permanente.
sua identidade é a transparência
sua veleidade é o eterno
sua planura
de ovo gemendo a história
confere — ao poiso — a perenidade
de ser aliança nos tempos
tecer os seres entre laços
a perenidade do que move e vive, grato.

há um poiso invisível para a esperança.

dele comungam aves e rastejantes
líquidos ou terrosos caminhantes.
dele ouvem, desde sempre,
falar as flores
roçar as folhas
fluir as águas
zumbir as brasas.
dele, diariamente, sente-lhe o tom
o nascituro sem perdas nem medos.
dele, metodicamente sabem
o dom
os encantados por música e poesia.

há um poiso invisível para a esperança.
e seu nome diz-se, apenas, com três letrinhas.
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maria toscano.
Coimbra, Restaurante 'Allô Pizza'.
4 janeiro / 2012.