.
.
.
ser o constante
brilho, o que irradia
sondar os
pólens da claridade
tanto mais que
as gaivotas se aquietam.
nos espaços
onde há vazio de silêncio e redenção
tudo se
encontra no pousar das cores.
o poiso das
cores, a sua entrega ao areal
invade o olhar.
pelo olhar invade, candidamente,
o espelho
interior e os gestos íntimos.
a profusão das
pestanas regula a claridade.
os lábios
assumem a contenção,suspendem julgamentos, o ajuizar e
a própria
irritação ou a dor dos ombros quotidianos se desvanece.
nesta zona a
rugir sem silêncio nem redenção
a felicidade
desponta do modo mais suave.
nesta zona e em
qualquer outra latitude da sombra
quase sempre
basta uma fresta curta,
a
suspensão, o desencontro das regras.
quase sempre
basta repetir a esperança para cansar os medos.
cabe aos
artesãos do consolo ser o que irradia, o brilho constante.
o pousar das
cores no areal anuncia a rotação do cosmos e
a redenção dos
desencantos felinos.
ao pousarem no
areal, as cores resplandecem os pólens da
[claridade, tanto mais que o aquietar das gaivotas
estremece amorosamente
o ar
e sossega o
espelho interior ou alma, meu amor.
.
maria toscano.
praia da Tocha.
‘Casa do Castelo‘, 9-10 maio/ 2012.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário