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quinta-feira, maio 10, 2012

correios — 26. ou 'tanto mais que as gaivotas se aquietam'

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ser o constante brilho, o que irradia
sondar os pólens da claridade
tanto mais que as gaivotas se aquietam.

nos espaços onde há vazio de silêncio e redenção
tudo se encontra no pousar das cores.
o poiso das cores, a sua entrega ao areal 
invade o olhar. pelo olhar invade, candidamente, 
o espelho interior e os gestos íntimos.
a profusão das pestanas regula a claridade.
os lábios assumem a contenção,suspendem julgamentos, o ajuizar e 
a própria irritação ou a dor dos ombros quotidianos se desvanece.
nesta zona a rugir sem silêncio nem redenção
a felicidade desponta do modo mais suave.
nesta zona e em qualquer outra latitude da sombra
quase sempre basta uma fresta curta, 
a suspensão, o desencontro das regras. 
quase sempre basta repetir a esperança para cansar os medos.
cabe aos artesãos do consolo ser o que irradia, o brilho constante.
o pousar das cores no areal anuncia a rotação do cosmos e
a redenção dos desencantos felinos.
ao pousarem no areal, as cores resplandecem os pólens da
                                                                         [claridade, tanto mais que o aquietar das gaivotas
estremece amorosamente o ar
e sossega o espelho interior ou alma, meu amor.
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maria toscano.
praia da Tocha. ‘Casa do Castelo‘, 9-10 maio/ 2012.
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Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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