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o meu povo tem saudades da ruga
vincada ao canto da rua de armas em flor na mão.
o meu povo lembra o calor da noite
alumiada ao canto da revolução.
o meu povo tem memória e sentires
dos abraços e grades estreitadas em tempos
que não quer mais, não.
o meu povo tem uma história de hesitantes erros e
também de esperanças de obras e rasgos
preciosos saberes
sonhares ambiciosos
fortes letras e fazeres generosos
tecidos com os mesmos calos e rugas
carinhosos
a guardar da raiva os cravos e as armas
a guardar, do medo, as flores e as mãos.
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maria toscano. ©
Coimbra, Casa Verde, 3 Outubro 2012 (o ano da
não graça da troika por cá)
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