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quarta-feira, setembro 04, 2013

poemas do abraço em flor


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estremece, fremente e lenta
a flor.
pode, na dança das pétalas, avivar-se:
rosa .
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maria toscano, Coimbra, Casa Verde, 4 Agosto/ 2013

os olhos brilham.

as mãos aproximam o fogo.

a sombra aí está para afastar a chama.
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maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 4 Agosto/2013.
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egressa o timbre aos ouvidos .

ressoa a batida do sangue
fervente ao toque
da emoção.
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maria toscano.
Coimbra, Café Tropical, 3 Setembro / 2013.
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o sabor de amora e sal em torno aos lábios
apenas aguarda o encontro, afinal.

pudessem as horas retocar as brancas parar as badaladas renovar
                                                                                       [ os dias.

é sempre pela madrugada azul, onde os peixes vogam
e as gaivotas são monos parados, estranhos
que o silvo do farol se afirma:
avisa da urgência
ensina a saudade
confirma a ventura
de se ser próximo nessa entrega absoluta
à distância de um dedo do céu.
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maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 4 Agosto/ 2013.
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aquele braço de quem era?, ali, carente
descendo desde um ombro calmo , doce
pausado como só o silêncio de estranhos permite
ou o repouso de amantes consente e exige.
a que corpo faz juz?, a que colarinho?
a que número par de calçado e calça se abre?
a quantos suspiros reteve o frio e o peso?
a quantas surpresas conduziu a mão, ciosa?
conheço, sei que sei a que gesto pertence
e, contudo, não lembro de quem era o abraço.
pode ser que, se vieres, descalço e sereno
imbuído do fogo contido de intenso
amplo de ilusões fortes e sonhos imensos
pode ser, meu amor, que num roçar singelo
se comovam os passos e se assinem os corpos
— e, por fim, plena e bela, saberei ser teu braço.
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maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 4 Agosto/2013



Sem comentários:

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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