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estremece,
fremente e lenta
a flor.
pode, na dança
das pétalas, avivar-se:
rosa .
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maria toscano, Coimbra, Casa Verde, 4 Agosto/ 2013
os olhos
brilham.
as mãos
aproximam o fogo.
a sombra aí está
para afastar a chama.
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maria toscano.
Coimbra, Casa
Verde, 4 Agosto/2013.
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egressa o timbre
aos ouvidos .
ressoa a batida
do sangue
fervente ao
toque
da emoção.
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maria toscano.
Coimbra, Café
Tropical, 3 Setembro / 2013.
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o
sabor de amora e sal em torno aos lábios
apenas
aguarda o encontro, afinal.
pudessem
as horas retocar as brancas parar as badaladas renovar
[ os dias.
é
sempre pela madrugada azul, onde os peixes vogam
e as
gaivotas são monos parados, estranhos
que
o silvo do farol se afirma:
avisa
da urgência
ensina
a saudade
confirma
a ventura
de
se ser próximo nessa entrega absoluta
à
distância de um dedo do céu.
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maria
toscano.
Coimbra,
Casa Verde, 4 Agosto/ 2013.
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aquele braço de quem era?, ali, carente
descendo desde um ombro calmo , doce
pausado como só o silêncio de estranhos permite
ou o repouso de amantes consente e exige.
a que corpo faz juz?, a que colarinho?
a que número par de calçado e calça se abre?
a quantos suspiros reteve o frio e o peso?
a quantas surpresas conduziu a mão, ciosa?
conheço, sei que sei a que gesto pertence
e, contudo, não lembro de quem era o abraço.
pode ser que, se vieres, descalço e sereno
imbuído do fogo contido de intenso
amplo de ilusões fortes e sonhos imensos
pode ser, meu amor, que num roçar singelo
se comovam os passos e se assinem os corpos
— e, por fim, plena e bela, saberei ser teu braço.
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maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 4 Agosto/2013
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