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bem sei do polegar dorido de tantos anos a
tecer e coser.
bem sei dos instrumentos electrónicos e
digitais,
de satélites e sondas e robôs.
bem sei das artroses e artrites no corpo de
quem trabalhou.
bem sei, amor.
e, contudo, os ponteiros teimam na direcção
das rugas
na orientação das madeixas
na ramificação das brancas
na invasão das entradas pela testa adentro até
rasurar memórias
força e ilusão.
por tudo isso continuo a saltar à corda, a
dançar em roda
e a jogar ao pião.
e quanto a nós? — dá-me a tua mão.
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maria toscano. (inédito) ©
Coimbra, Casa Verde, 2 Dezembro / 2013.
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