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.Um pouco mais de sol - eu era brasa,
.Um pouco mais de azul - eu era além.
.Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
.Se ao menos eu permanecesse aquém...
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.Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
.Num grande mar enganador de espuma;
.E o grande sonho despertado em bruma,
.O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
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.Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
.Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
.Mas na minh'alma tudo se derrama...
.Entanto nada foi só ilusão!
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.De tudo houve um começo... e tudo errou...
..- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
.Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
.Asa que se enlaçou mas não voou...
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.Momentos de alma que, desbaratei...
.Templos aonde nunca pus um altar...
.Rios que perdi sem os levar ao mar...
.Ânsias que foram mas que não fixei...
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.Se me vagueio, encontro só indícios...
.Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
.E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
.Puseram grades sobre os precipícios...
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.Num ímpeto difuso de quebranto,
.Tudo encetei e nada possuí...
.Hoje, de mim, só resta o desencanto
.Das coisas que beijei mas não vivi...
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.Um pouco mais de sol - e fora brasa,
.Um pouco mais de azul - e fora além.
.Para atingir faltou-me um golpe de asa...
.Se ao menos eu permanecesse aquém...
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.Mário de Sá Carneiro
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um pouco mais de sal
e a maré rasa
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maria toscano, 2004
2 comentários:
Eu volto para comentar melhor. Queria só dizer-te que amo este poema...
já somos d...ois seres vivos a gostar do poemão...
:-)
bjs um pouco mais blogados
:-)
m
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