Os meus cabelos longos, lavo lavo .
Águas de espera correndo, .trago trago .
Duas águas tidas, escorro, lavo lavo .
Os meus olhos caídos pedindo trago. .
.
Às aves que partem peço e digo .
Uma nova vinda, um silêncio amigo! .
Um piar chegando, um silêncio guardo .
Um piar partindo, um silêncio trago. .
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Os meus olhos longos, estendendo estendo .
O silêncio dia, o chegar bailando .
Estas aves nuas, voando, a chegar voando .
Estas aves tuas, chegando a voar chegando. .
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Ai, as minhas mãos, as tuas tocando .
Ai, as minhas mãos, as tuas trocando. .
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E as águas das rias, espelhadas e frias .
O luar de volta, o crescer da lua .
Esta morte - ao longe .
Esta ausência - a tua. .
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Ai, o piar das aves caíndo no vento .
Ai, o piar das aves de ausência antiga. .
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São de ave aflita, de piar que grita .
São de ave amiga, de piar aflita..
.
José Ribeiro Marto, 1992
5 comentários:
pois é ... há gente com muita sorte
não!
há gente que a merece e a constrói
um beijo!
Bem Haja plo comentário! o "Zé Marto" - como conhecido entre amigos - foi meu colega de estudos e Lisboa; aí vive hoje, com a família; e venho insistindo há...há 10, não! 12 ou 13 anos! para ele publicar, porque escreve belissimamentÉrrimamente
prosa e poesia...
a ver se ele se entusiasma...
mas tb é verdade que nem só no papel vive a Fala
:-)
bjssss
Continua a poetar, Zé, por favor, para a minha alma continuar a sorrir.
Um abraço.
Maria Paula Marques
Bem Vinda, Paula!
Obrigada, Zé, por trazeres cá Amiga/os!
Voltem sempre!
Bem Hajam!
Pela voz da tradição até à "própria voz", sei que o Zé Marto ganhará esse caminho.Para bem de todos. Para bem da poesia.
Para ele, pois, um grande abraço da
Celeste
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