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quinta-feira, julho 17, 2008

Epígrafe - de José Carlos Ary dos Santos

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Epígrafe
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De palavras não sei. Apenas tento
desvendar o seu lento movimento
quando passam ao longo do que invento
como pre-feitos blocos de cimento.
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De palavras não sei. Apenas quero
retomar-lhes o peso a consistência
e com elas erguer a fogo e ferro
um palácio de força e resistência.
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De palavras não sei. Por isso canto
em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
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Palavra que me lavra. Alfaia escrava.
De mim próprio matéria bruta e brava
- expressão da multidão que está comigo.
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José Carlos Ary dos Santos

4 comentários:

JOSÉ RIBEIRO MARTO disse...

do grande, do nunca excessivo, da voz incómoda ainda hoje, puras palavras de busca , eloquência brava, e ainda bem que o relembras aqui , ou o tens sempre presente...
Abraço amigo
Zé marto

Anónimo disse...

hoje bati á porta e , espanto meu a sulmoradia abriu-se, e no instante que não era o meu disse-me:
Depalavrasnão sei . Apenas tento
desvendaro seu lento movimento
quando passam ao longo do que invento
Fui-me embora, certo disso
e deixando, o que repito
um abração amigo
ZéMarto

emedeamar disse...

Bem Hajas! :-)

Victor Oliveira Mateus disse...

Tenho saudades de certas pessoas.
O Ary dos Santos é uma delas. Porque é que os poetas "de nome"(?)
hoje já não se indignam nem gritam?
Afinal não é só de certas pessoas
de que tenho saudades, também as
tenho desse tempo em que os grandes
escritores (?) também eram grandes
em coragem e ousadia... Um bj.

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
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faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
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chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
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nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
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como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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