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Nestas férias a música perdeu um dos seus belos criadores: Dorival Caymi. Natural do Estado da Bahia, no Nordeste do Brasil, Caymmi soube partir da tradição cultural da sua zona de origem para engrandecer e contribuir para o futuro da Música Brasileira e das canções cantadas em Português - quer por o seu primeiro sucesso ter sido sagrado em 1938 pela voz de Carmen Miranda, Portuguesa de Marco de Canaveses, quer por o mesmo sucesso se ter prolongado em mais de 20 discos, quando poucos ainda "tinham um disco".
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Quem ouviu bastas vezes - como eu - e, sobretudo, quem cantou as melodias graciosas mas, nem sempre fáceis, de Dorival (esse músico que se torna músico - para além de actor, pintor, jornalista... - ao aprender a tocar "violão" de ouvido), sentiu e sabe, bem, a doçura dos seus acordes e a magia dos seus coros.
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Senti-o nos anos 70; e nos anos 80 - quando cantei durante mais de um ano, com músicos amigos em bares de Lisboa, repertório excelente desta música popular do brasil.
Senti-o depois, sempre que me pediam para "cantar só uma cantiga" e eu, sistematicamente, escolhia, como escolho: "Marina, morena Marina, você se pintou..."
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Sempre continuei a senti-lo.
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Porém, creio que, só agora, o começo a saber: "adeus, pois não posso esquecer, adeus".
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E como
"é preciso amar, porque/ só louco"
nada mais importa:
"Mas eu vou!..."
cantarolando-te, Amigo "Dórivau"!
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maria toscano, em Agosto/2008
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