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no dia em que me esqueça desse Maio
com o qual me conformei a ser da terra
desde onde me insurjo, casa térrea
e brasa,
donde me ergo
inclusivé,
quando o sei
no dia em que me não lembre jamais
do braseiro do braço a mim abraço
do conforto endiabrado em cintura
colo carmim ancas de suco. mel
virilha assim no dia
em que de vez
perca a memória dos líquidos tais
dos acres e dos outros leites
mansos
no dia em que talvez nem o artigo
iluda forças convexas e as de concha
no dia em que tudo seja banal
o cheiro da almofada, o pó da sala
a cinza com cigarros que recuso
o copo onde bebemos
a saudade
o lençol resguardando as apetências
e uma volta na chave que vou dar
nesse dia sem sombras
pois sem luz
banhado pela cegueira dos sentidos
asseguro-te:
podes, por fim, esperar
de mim
a resignação.
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maria toscano,
Coimbra, 6 /Nov/2008
2 comentários:
Apesar das belas palavras,
espero que esse dia nunca chegue.
Para que o seu expressar permaneça livre.
Obrigado!
Caro Vicente Ferreira da Silva: Grata fico pelas suas palavras e pela sintonia que expressa - nestes tempos em que ser "positivo" é ser conformista, já vai sendo menos fácil que "resignação" signifique... "resignação"
Grata, mt
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