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amo-te muito, meu amor doce, meu não se sabe.
amo-te muito meu gesto grave que não se cansa.
amo-te muito meu andar sério que não se alcança
nem se encerra entre fronteiras, estranhos.
amo-te tanto que o próprio tempo suspende a respiração.
amo-te enquanto as asas de onde viemos pairarem, ciosas.
amo-te mais quando cerro os olhos para te tocar.
amo-te melhor quando calo o riso para te ousar.
amo-te desde a epiderme ao mais subtil contorno
desde o osso ao perfil ao dentro ao sangue ao fundo.
amo-te sem desespero ou medo, incabíveis na eternidade
partilhando a menina dos meus olhos
silvando rente ao gume em que te calas
sorrindo de perto ao longe e de longe ao perto
amo-te, aqui que me és.
amo-te agora e sempre,
entre os
meus ombros sobre o peito no leito
amo-te encantada e, de tão exausta, serenada
apaziguada
pelo lastro do assim
embargada no sal da pele ungida
signo
a signo vertida em cada passo teu
vivida no dia destinado à noite
submetida à lua da
sombra temporária
sempre que posso recolhida no teu colo
abraçada ao teu verde quando sou ramo
ligada a teu tronco
se me enraízo.
fundida à duração em que perduramos perdidos noutros encantos.
amo-te muito meu passo sério
amo-te muito meu gesto grave
amo-te muito, meu doce amor.
amo-te muito meu passo sério
amo-te muito meu gesto grave
amo-te muito, meu doce amor.
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maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 16-17 Abril/ 2012.
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maria toscano.
Coimbra, Casa Verde, 16-17 Abril/ 2012.
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