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de tudo, tudo aceitei
o que entendi e desconheço
o que temi e me estremece
o que ressoa e reconheço.
asas das faces diurna e lunar.
olhos sorridentes e cabisbaixos.
ternas respostas pungentes inesperadas.
o silêncio abrupto, tão ríspido como legítimo.
a exclusão — não se saberá nunca porquê.
a intenção — não me perguntaste ainda de quê.
a intenção de assinar dizer, ou antes: nomear
com um som generoso, um bálsamo fino
rente a meu ouvido e meus ombros macios
onde pousa tudo o que aceito e aceitei
onde me pertenço e, serena, me habito.
há um amor infinito e aguado
— esse o sentido do sonho e da fala:
tudo o que aceitei semeia esse amor.
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Coimbra, Julho/ 2103.
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