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levanta-se
a madrugada sem ter chegado a ser manhã.
os
sóis, brilhantes no escuro raiado, usurpam toda a cintilação das faces
do
copo vazio.
a esta
hora devem começar a despertar os relógios dos esforçados
braços
e pés das que põem mesas, lavam meninos roupas e dores cozem
tudo
em lume brando com linha branca sem livre mando
a esta
hora. nos colchões os amantes dão uma volta abraçando-se
mais
junto do desejo do calor e do próprio fogo vital. há esta hora
e há
horas espessas ou sôfregas ou ralas.
sem ter
chegado a ser manhã, o dia resvala para a semana útil
encaixe
de obrigações deveres e devoções devidas
conforme
contratado a seu tempo.
os
sóis brilhantes dos teus olhos escuros ainda cintilam pela casa pelas sombras
do corredor. as próprias cadelas dão pela tua passagem ainda
ainda
lhes cheira a ti perto do copo vazio. a esta hora.
oriento
os passos para a obscuridade iluminada pelos sonhos
neste
levantar da madrugada. amanhã chega a manhã.
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maria toscano. © inédito.
Coimbra , Casa Verde, 10
Setembro/ 2013.
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