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terça-feira, janeiro 17, 2006

São demais os perigos desta vida - Vinícius / Toquinho

Poeta, moça e violão
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Vinicius Clara Toquinho in A história dos shows inesquecíveis - Collector's Editora LTDA . 1991
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São demais os perigos desta vida - Vinicius de Moraes / Toquinho
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São demais os perigos desta vida
Pra quem tem paixão principalmente
Quando uma lua chega de repente
E se deixa no céu, como esquecida
E se ao luar que atua desvairado
Vem se unir uma música qualquer
Aí então é preciso ter cuidado
Porque deve andar perto uma mulher
Deve andar perto uma mulher que é feita
De música, luar e sentimento
E que a vida não quer de tão perfeita
Uma mulher que é como a própria lua:
Tão linda que só espalha sofrimento
Tão cheia de pudor que vive nua
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© Tonga Editora Musical LTDA.

mª. gabriela piccini - hermana argentina

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A L. después de A.

Sabadomingo

.

Los que no saben nada dicen

que el pez por la boca muere.

Prometeo me mira desde otro lado del vidrio y basta.

Yo soy el pez en el aire.

.

Ayer y hoy se agarran de una silaba

y alguno me invita a ver lo que sabe hacer la muerte:

alguien dará el último brinco esta tarde

o cuando el sol le baje un sueño.

Yo paso de largo

Se me antoja alguna otra variación de la memoria

entonces la recuerdo atenta y con vestido.

.

Pero la muerte me arrima más distancia.

.

Ya temprano hablábamos de huevos,

gallinas cerealeras, gatos, hierros, comadrejas.

¿No lo sabíamos?

Celebrábamos el entierro de la víspera

.

Por la cocina me muevo sin delantal, sabiduría ni accesorios,

preparo un almuerzo que no procuro terminar.

Vuelo a la hoja

porque Prometeo se posa en la prosa

del último verso

y me hace caer unas preguntas:

¿Qué?

¿Se llamará Soren el hijo bastardo de Kierkegaard?

¿Todo se amontona?

.

Ahora el niño reclama un almuerzo

exento de lápiz y papel

pero pretende que aun la música.

Saca de su bolsillo unas monedas

como un mago

me tira un beso

entonces todo el mar

.

Y este mediodía de cortinas

se merece el gorrión que lo desvela

para que yo, el pez en el aire,

pueda sentarme frente al anzuelo de la muerte que.

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enviado Amigavelmente, hoje, pela Autora, Maria Gabriela Piccini

segunda-feira, janeiro 16, 2006

olga roriz (findo o ano inesiano...)

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Pedro
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e
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Inês

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coreografia

de Olga Roriz

para a Companhia Nacional de Bailado

.http://www.olgaroriz.com/

del macho y de la hembra - neruda

CANCIÓN DEL MACHO Y DE LA HEMBRA
.
¡Canción del macho y de la hembra!
La fruta de los siglos
exprimiendo su jugo
en nuestras venas.
.
Mi alma derramándose en tu carne extendida
para salir de ti más buena,
el corazón desparramándose
estirándose como una pantera,
y mi vida, hecha astillas, anudándose
a ti como la luz a las estrellas!
.
Me recibes
como al viento la vela.
.
Te recibo
como el surco a la siembra.
.
Duérmete sobre mis dolores
si mis dolores no te queman,
amárrate a mis alas
acaso mis alas te llevan,
endereza mis deseos
acaso te lastima su pelea.
.
¡Tú eres lo único que tengo
desde que perdí mi tristeza!
¡Desgárrame como una espada
o táctame como una antena!
Bésame
muérdeme,
incéndiame,
que yo vengo a la tierra
sólo por el naufragio de mis ojos de macho
en el agua infinita de tus ojos de hembra!
.
.
Pablo Neruda

sábado, janeiro 14, 2006

al perderte yo a ti... ernesto cardenal

EPIGRAMA

.

Al perderte yo a ti,

tú y yo hemos perdido:

.

yo, porque tú eraslo que yo más amaba,

y tú, porque yo erael que te amaba más.

.

Pero de nosotros dos,

tú pierdes más que yo:

.

porque yo podré

amar a otras

como te amaba a ti,

.

pero a ti nadie te amará

como te amaba yo.

.

Muchachas que algún día

leaís emocionadas estos versos

.

Y soñéis con un poeta

.

Sabed que yo los hice

para una como vosotras

.

y que fue en vano.

.

Ernesto Cardenal (Nicarágua: 20/Jan/21925)

.

.divulgado no Zaguán

por

Helios Buira helios@artepar.com.ar

.BUIRA Noticias: www.hbuira.com.ar

.DEL OBELISCO: www.delobelisco.com.ar

.Grupo Del Obelisco: delobelisco-subscribe@gruposyahoo.com.ar

.Blogs Del Obelisco: http://blogs.ya.com/heliosdelobelisco

.Por un mundo en Paz y sin hambre

.

Ernesto Cardenal

. http://www.ernestocardenal.org/biografia.php

.http://members.fortunecity.es/mundopoesia/autores/ernesto_cardenal.htm

quarta-feira, janeiro 11, 2006

mt - buscadora da Fala Poética

Maria (de Fátima) Toscano, que se considera uma buscadora da Fala Poética,

tem vindo a crescer - desde 15 de Maio de 1963, dia em que nasceu alentejana de Campo Maior – em ligação encantada com gentes e lugares

(Abrantes, Ilha do Sal, Águeda, Alentejo, Lisboa, País Basco e Cbra).

.

Tal percurso de encantamento obriga a várias aprendizagens intermináveis,

entre as quais, a da artesania do desengano.

.

.

.

Assim, nos anos 70-80, participou em/e /dinamizou organismos culturais estudantis:

.1978: Liceu José Falcão: Iº. prémio de poesia/Curso Geral - IIºs. Jogos Florais; e Núcleo de Teatro co-fundador dos Encontros de Teatro na Escola (dir.: Melo Alvim)

.1980: Curso de Iniciação do TEUC (or.: Deolindo Pessoa)

.1981: integra o elenco das 3 primeiras peças de IBIS, Teatro Universitário – ISCTE (fundado e encenado por Paulo Filipe; Prémio de Grupo Revelação/81 com «Drama em Gente– Exposição Fotográfica sobre Fernando Pessoa») ; formação em voz e canto ( Edith Piaf, Mahler), e de actor, por profissionais

.

Meados de 80-90: canto e animação de diversos bares/restaurantes (Lisboa e Cbra):

música popular portuguesa e brasileira, fado;

cafés-concerto (canções de Piaf e textos próprios)

.1991: na tertúlia de 8 de Março, no BOUTEQUIM, interpretou canções de Piaf, a convite de Natália Correia

. desde 1993: tem vindo a aperfeiçoar, em actuações pontuais, o canto do Fado de Lisboa

. 1998: participação breve numa canção do livro-cd «Poemigas. Versos y Canciones (1990-1997) - poesias de José Luis Arántegui; músicas de Miren Ariño (ed.: Espanha, «del Lu-nar», col. Del Nagual : 1998)

.

.

.

Desde 2000, tem vindo a retomar as actividades dramáticas e de teatro:

.2000/2001 - convite, pela Coordenadora do Núcleo de Expressão Dramática, Mª. José Costa, para a co-encenação, formação de actores-discentes e participação com os mesmos em 3 eventos:

Sessões de Leitura de Poesia - "Evas" (Semana Cultural da AEISMT, Garden Bar, Cbra) e "Palavras de Miguel Torga" (Momento de Poesia na Casa Municipal da Cultura aquando da Apresentação do livro de Myrian Veras Baptista- 23/Maio);

Espectáculo sobre a Obra Poética de AlBerto - "Alberto sem Medos", Centro Cultural D. Diniz: Encerramento de Acção de Formação da Associação «Becos Com Saída».

. desde 2002/2003 - Direcção Artística de Formação da a Oficina de Teatro Universitário do ISMT - "torgasdapedrabranca":

2003/2004:

1º. Curso de Formação Básica de Actores.

Dramaturgia, Direcção de Actores e Encenação da Peça Infantil «A Árvore das Flores Amarelas», a partir da sua tradução do conto homónimo da Escritora Argentina Silvia Longhonni - cuja apresentação pública foi realizada em Agosto/2004 (3 espectáculos: Centro Cultural-Teatro de Idanha-a-Nova, Feira Popular de ___ e Teatro de _____. Para além do elenco formado por discentes, esta Peça contou com a Colaboração Graciosa de Profissionais do Teatro: Jorge Ribeiro (Direcção Técnica); Rui Simão (Desenho e Operação de Luz; Direcção de Montagem e de Cena); António Mingocho (Construção e Direcção do Equipamento Técnico - Electricidade); Carlos Croft - Desenhos e Construção dos Painéis do Cenário, para cuja concepção se contou aina com orientações do Arquitecto ___.

2004/2005 - Participação na Disciplina "Técnicas de Expressão" da Lic. em Ciências da Informação do ISMT leccionada pela Drª. Maria da Assunção Pinto, como Formadora (20 hs.) de Técnicas de Descontração, Respiração, Relaxamento e Concentração.

.

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Livros de Poesia Publicados (7) :

do Vagar e da Memória, 1997, Palimage Ed.;

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as palavras contidas, 1998, Editora Minerva de Cbra;

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para além das coisas -1998- e A Utopia da Coragem, 1999 - Palimage Ed.;

.

a "madre" da casa da avó / os nomes infinitos do ser – 2002 -

.http://www.ces.fe.uc.pt/publicacoes/rccs/Recensoes_revcriticas/recensoesrccs64.pdf

e a artesã do desengano, 2003, Pé de Página Editores; Portugalito, 2002, Palimage Ed.

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Integra as seguintes Publicações, Antologias ou Colectâneas de Poesia:

Memória da Palavra. Antologia Poética. 1º Encontro de Jovens Poetas de Cbra, 1995, (SEC/D.R. Centro);

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Poesia para Timor Loro Sae, 1999, Palimage Ed.;

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Colectânea de Poesia por Cbra, 2001, Pé de Página Ed.;

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Coimbra Encantada, 2003, D. Quixote (Apoio: CCNC 2003);

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Literarius - Revista do Racal Clube de Sines, nº. 0, Primavera/Verão de 2007.

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Presença on line:

.está presente e diversos blogs culturais; está/esteve presente nalgumas páginas de poesia on line:

www. artepar.com.ar/solopoemas.html

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http://www.palavreiros.org/festivalmundial/home.html

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integrou a escrita on-line de «o poema mais longo em língua portuguesa», o fulgor da língua

www.ofulgorda lingua.com

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aprofunda a escrita poética em espanhol, desde Nov/2003, in

http://www.elistas.net/lista/poetas-zaguan/

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.Desde 1997: cria e realiza o que designa como rituais poéticos :

sessões diferenciadas da prática declamatória,

fundadas no cruzamento experimental de técnicas teatrais participativas do público-parceiro.

Destacam-se

(para além dos 6 rituais expressamente concebidos para a apresentação pública dos seus livros):

.

. 15/11/1997 - «Poemas e Cantigas de Rua I»: animação nocturna (com companheiros da Poesia) na Alta de Cbra, a partir do seu inédito «o Sinal Anunciado do Nascimento» (Apoio: CMC; Co-organização: «Solar Marias do Loureiro» por inauguração das novas instalações);

.8/3/1999 - «Mulheres e Poesias» : Co-organização com «Palimage Ed.» e «Ed. Minerva de Cbra» da sessão de leitura das poetisas editadas por aquelas (Livraria-Galeria Minerva (Cbra);

.1/02/2000 - «POESIA TORGUIANA – uma nova dependência tóxica»: sessão de divulgação de Miguel Torga com Joaquim Basílio, (foyer do TAGV, Cbra);

.23/04/2003 - «Maria Toscano volta a atacar: “QUEREMOS PAZ!”: Semana Cultural AEISMT, (Garden Bar, Cbra).

.

.

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Tem participado em diversas sessões de leitura de poesia

a) quer em Feiras do Livro i) de Cbra, 2000 e 2003; ii) de Viseu, 2000; de Lisboa, 2003;

b) quer em Sessões de Leitura dos Poetas da Oficina de Poesia – FLUC, Julho/2003 : Centro Cultural D. Diniz, Cbra; Livraria 100ª. Página, Braga;

c) quer, nos últimos 11 anos, nas sessões de Apresentação de livros de outros Autores, a convite destes;

d) 30/11/2005 – concepção e realização da Sessão Comemorativa dos 70 anos da morte de Pessoa – Biblioteca Municipal - Casa Mun. da Culturade Cbra.

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.No campo profissional, é Socióloga (1986, ISCTE/Lx.). Ensina no Instituto Superior Miguel Torga (Cbra) desde Janeiro/1990 e – após o Mestrado na FCSH-Univ. Nova/Lx., 1993 – prepara, no ISCTE, a dissertação de doutoramento sobre mulheres, socialmente designadas como pobres-excluídas, em processos de requalificação sócio-identitária.

sábado, janeiro 07, 2006

a árvore de pedra

quase...

.
.
.Um pouco mais de sol - eu era brasa,
.Um pouco mais de azul - eu era além.
.Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
.Se ao menos eu permanecesse aquém...
.
.Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
.Num grande mar enganador de espuma;
.E o grande sonho despertado em bruma,
.O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
.
.Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
.Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
.Mas na minh'alma tudo se derrama...
.Entanto nada foi só ilusão!
.
.De tudo houve um começo... e tudo errou...
..- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
.Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
.Asa que se enlaçou mas não voou...
.
.Momentos de alma que, desbaratei...
.Templos aonde nunca pus um altar...
.Rios que perdi sem os levar ao mar...
.Ânsias que foram mas que não fixei...
.
.Se me vagueio, encontro só indícios...
.Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
.E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
.Puseram grades sobre os precipícios...
.
.Num ímpeto difuso de quebranto,
.Tudo encetei e nada possuí...
.Hoje, de mim, só resta o desencanto
.Das coisas que beijei mas não vivi...
.
.Um pouco mais de sol - e fora brasa,
.Um pouco mais de azul - e fora além.
.Para atingir faltou-me um golpe de asa...
.Se ao menos eu permanecesse aquém...
.
.Mário de Sá Carneiro
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um pouco mais de sal
e a maré rasa
.
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maria toscano, 2004

marés

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.
amo
.
ainda que as marés se afoguem
.
de lágrimas vertidas sem querer
.
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maria toscano, 2000

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Os amigos, Eugénio

.

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.Os amigos amei

.

.despido de ternura

.fatigada;

.uns iam, outros vinham,

.a nenhum perguntava

.porque partia,

.porque ficava;

.era pouco o que tinha,

.pouco o que dava, mas também só queria

.partilhar

.a sede de alegria -

.por mais amarga.

.

.

Eugénio de Andrade

árvores de Belo, Ruy

.

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“Eu amo as árvores

.

principalmente as que dão pássaros”

.

. Ruy Belo

...a da Queda, a da Culpa, a da Sabedoria, a da Vida, a d ...?

.
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uma versão da Árvore da Queda
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..
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Árvore da Vida (Cabala)

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Árvore da Vida (Cabala)
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A Árvore da Vida
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Gustav Klimt - 1905

Verrrrrrrrrrrrrrr

.
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.
o olhar das árvores velhas
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Rita Brennand

Trrrrrrrrrrramassssss

.
.
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árvores?
.
.
teias?
.
.
tramas?

Irrrrrrrrrrrrrrrrrr

.
.
árvoressssssssss?
.
.
Irrrrrrrrrrr?
.
.
.
caminhosss?

voooooooz

.
.
.
árvores?
.
.
.
vozes?
.
.
.
brechasssssss?

rrrrrrrrrrresssssss

ár

.
.
.
árvores?
.
.
díades?

raíz

Sul, a raíz

.
.

o mastro

a Miguel Torga.

.

.havia um mastro.

.

.

. aonde um manto-

. -povo abraçava,

. abraçava o povo

. folia dos santos

. do sangue do vinho

. dos cornos antigos

. do ouro e do linho

. do rubor, no corpo

. de líquidos tonto

. de horas de medos

. auroras da pura

. deusa nossa

. mãe.

.

.

.havia um mastro -

. e há. é: um mastro. -

. cuidado pela hera

. tronco do sem fim

. aliado à vestal

. aberto em casa

. urna, mortal

. rebordo do ninho

. do berço, do pão

. da escada em serpente

. do canto de salas

. da nave em nau

. e fogo imanente.

.

.

. havia um mastro -

. e há. é: um mastro. -

. um mastro em perfil

. com olhos nodosos

. braços em entrega

. cristo piedoso

. senhora chorosa e

. mulher madalena

. madonas da vida.

.

. um mastro em perfil

. do oco rebento

. mastro feito quilha

. torreão do momento

. mastro caravana

. das éguas aladas

. das sábias que voam

. no mastro

. sentadas -

.

. seta da quezília

. vassoura do raso

. arma com que escrevo

. pilar da floresta

. encosto da sesta

. caldeirão da maga

. cabana do monge

. saber de Viviana

. távola primeira

. gamela em tosco

.

.

- há só este mastro:

.rançoso e pujante

.florido e seco

.braço caminhante

.compasso dos tempos

.silêncio em solfejo

.torga da alma

.calma, em segredo.

.

. do livro inédito

.de maria toscano

. Da CAL e Do ÍMAN - ou o nó na cintura de Ísis (Fevº. / 2002)

nothing but trees?

Cuanto Puedas - Kavafis

CONSTANTINO KAVAFIS (versão espanhola)
alejandría (1863 -1933)
.
.
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.CUANTO PUEDAS
.
.Si no puedes hacer de tu vida lo que quieres,
.trata al menos cuanto puedas
.de esto : no la envilezcas
.en el trato excesivo con el mundo,
.con excesivos movimientos y palabras.
.
.
.No la envilezcas llevándola
.y trayéndola, exponiéndola a menudo
.a la estupidez cotidiana
.de las relaciones y las companías,
.hasta convertirla en una extraña carga.
.
.divulgado no zaguán, desde Graciela W...

terça-feira, janeiro 03, 2006

poema de Natal (Cronos atrasou-me...)

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.com asas brancas e vermelhas
.desenhei o carvalho do ritual
.com outras verdes asas puras
.destinei-lhe os ramos e raízes
.das asas douradas veio a estrela
.que os Sábios Magos me endereçeram
.com a transparente proferi teu nome
.e, despida da asa da ilusão,
.entreguei-me em Comunhão, Magia.
.
.
.
.
.não tens, pois, de querer nem desejar.
.
.
.
.basta sermos, um dia, a forma inteira
.que cada Natal nos Anuncia.
.
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. maria toscano, Coimbra, 31 Dez 2005
.Feliz 2006 para todos y todasssssssssssss
.Abrazo Cósmico

Vincent... Van Gogh

omeucorpoéoteucorpooteucorpoéomeucorpo

poemão de Jaime Sabines, Mexicano (1926- )

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do seu livro Uno es el poeta /poemas sueltos 1951-1961

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Tu cuerpo está a mi lado

fácil,dulce,callado.

Tu cabeza en mi pecho se arrepiente

con los ojos cerrados

y yo te miro y fumo

y acaricio tu pelo, enamorado.

Esta mortal ternura con que callo

te está abrazando a ti mientras yo tengo

inmóviles mis brazos.

Miro mi cuerpo, el muslo

en que descansa tu cansancio,

tu blando seno oculto y apretado

y el bajo y suave respirar de tu vientre

sin mis labios.

Te digo a media voz

cosas que invento a cada rato

y me pongo de veras triste y solo

y te beso como si fueras tu retrato.

Tú, sin hablar, me miras

y te aprietas a mí y haces tu llanto

sin lágrimas, sin ojos, sin espanto.

Y yo vuelvo a fumar, mientras las cosas

se ponen a escuchar lo que no hablamos.

.

.

divulgado no zaguán pela Graciela W

segunda-feira, janeiro 02, 2006

mãos e María Eugenia Caseiro

.
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ângelo, durer, esher
.
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.o que me resta?

.resta-me uma poesia de dedos imensos

.e alguém

.que jamais caberá dentro de um poema

.

.Diário de um eremita - Eugénio Branco

. http://www.trasosmontes.com/eitofora/numero18/poesia.html

.

.

.Tengo lluvia en las manos

.

.No hay más vida ni más muerte

.solo lluvia en las manos:

.no hay más voz que su voz

.en los cristales de agua viva

.ni más cuerpo

.que su cuerpo en el deleite

.de esta estrofa mojada

.acariciando tréboles.

...

.No hay más vuelo ni más risa

.que beber sus esmeraldas:

.ni otro hechizo que no sea la sorpresa

.en el húmedo poema de su llanto

.ni alegria ni dolor...

.en las plantas de este cielo hay luz

.cobijándome.

...

.No hay más barcos ni más puertos

.que esta lluvia en las manos

.verdes diluidos y azabaches que ruedan

.por el frío receloso de las fuentes

.donde la luz del agua esclava

.palidece ante otra luz

.del agua libre que rueda.

...

.No hay más día ni más noche

.solo lluvia

.y los corceles del viento en jubileo

.sus llameantes flores, sus metales

.vagan seducidos en el tiempo

.y este ramo de lluvia en mis manos

.se abre de miradas.

...

.No hay más reino ni más reina

.ni más corona ni cetro

.que la gloria indefinida de la lluvia

.de alabastro, de violines

.de pisadas y de espejos

.y la mano del agua

.acariciándome.

...

.

.María Eugénia Caseiro:

.Poeta, Escritora e Tradutora Cubana, Contemporânea

.(residente em Miami)

mão de água

.
.
.
«dejame enfrentar a tus negros miedos»
.
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maria toscano, 2005

de Pájaros y de Miedos (mt no záguan - Set/2005)

de Pájaros e de Miedos

.

. dejame enfrentar tus negros miedos

.

antes de contestarme piensa en cuantas palabras hesitaste

antes de resignarte a seres la auséncia

.

dejame enfrentar tus negros miedos

no que yo tenga la fórmula para apartalos

(la única fórmula está en tus vientos de miel y lluvia)

no que yo tenga la taza para quemarlos

(la unica taza está en tu pecho de rosas y oro)

no que yo tenga oraciones para bendecirte

(la grande oración son tus versos de amor herido)

no que yo sepa el nombre al que invocar

(el más cierto nombre es la pluma que vola en tu cuerpo)

.

.

dejame, pues, antes de contestarme

que sea yo la que enfrente a tus negros miedos

.

quizás, así,

oigamos el pájaro de Prevert

cantar en nuestro Poema

.

.

seamos un solo en verbo y carne

.

maria toscano

Coimbra, 14 set 2005

oferta do João Morgado

Ítaca

.

.Quando começares a tua viagem para Ítaca

.anseia por que o caminho seja longo,

.cheio de aventuras, cheio de conhecimento.

.Dos Lestrígones e dos Ciclopes,

.do irado Posídon não tenhas medo,

.nunca encontrarás coisas dessas no teu caminho,

.se o teu pensamento se mantiver elevado, se um distinto

.sentimento o teu espírito e o teu corpo tocar.

.

.

.Os Lestrígones e os Ciclopes,

.o feroz Posídon não encontrarás,

.se não os carregares na tua alma,

.se a tua alma não tos apresentar.

.

.

.Anseia por que o caminho seja longo.

.Que sejam muitas as manhãs de Verão

.que com tal satisfação, com tal alegria,

.entrarás em portos pela primeira vez;

.pára em mercados fenícios,

.para adquirires as boas mercadorias,

.madrepérolas e corais, âmbares e ébanos,

.e perfumes inebriantes de todos os tipos,

.a maior quantidade de perfumes inebriantes;

.visita muitas cidades do Egipto,

.para aprenderes e aprenderes dos sábios.

.

.

.Mantém Ítaca sempre no teu pensamento.

.A chegada aí é o teu propósito.

.Mas não apresses de maneira nenhuma a viagem.

.Melhor que dure muitos anos; e que chegues velho à ilha,

.rico com tudo o que ganhaste no caminho,

.não esperando que Ítaca te dê riqueza.

.

.

.Ítaca deu-te a bela viagem.

.Sem ela nunca terias começado.

.Mas não tem mais nada para te dar.

.

.

.E se a encontrares pobre, Ítaca não te enganou.

.Assim que te tornaste sábio, com tanta experiência,

.terás já percebido o que as Ítacas significam.

.

.Konstandinos Kavafis, 1910 - Tradução de Carla Hilário Quevedo

já de abalada? ande cá! corra a cuartina de riscas e sente-se aí no mocho (no canapé? é melhor nã, nã seja que as preguetas lhe dêem cabo da roupa).
.
faz calôrê nã? é tempo dele! no cântaro hai água fresquinha! e se quiser entalar alguma coisaaaa... a asada das azeitonas está chêinha, no cesto hai bobinha e papo-secos (com essa chôriça... ou com o quêjo de cabra, iiiisso!, nessa seladêra de esmalte!);
.
chegue-se à mesa! - cuidado não lhe rebole a melancia para cima dos dedos do péi... assim... - entã nã se está melhórê?
.
nã, nã, agora nã vai máinada! estou a guardar-me pra logo... ora na houvera de sêri! ah! já lhe dê o chêro! pois é: alhos e coentros e um nadica de vinagrê... vem aí do alguidar de barro... sim, sã nas carnes prá cêa.
.
como nã sê o que o trouxe cá, forastêro, ‘stêja nesta sulmouradia como à da sua: pode ir mirando os links ("do monte"; "olivais..."; "deste planAlto..."; estas é que são...") os montes de que gostamos; pode ir vendo os posts por data ou esprêtando as nossas etiquêtas
("portados"); ou pode ir passando os olhos só pelos mais recentes.
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ah! repare lá que por estes lados nã temos o hábito de editarê todos os dias - não é um blogue-diário, 'tá a vêri?; pensámo-lo antes como sendo uma espécie de blogue-testemunho das vozes do Sul (o de cá e os Suis todos); mas temos ainda muito qu'arengar... vamos lá chegando, n'éi? devagarê, que o sol quêma!
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