[ao António]
e volta a revoada das árvores ditas
das folhas ateadas pela brisa em chama
dos galhos encadeados e ansiosos por florir
a partir do tronco, moreno, enraizado no
corpo da terra
mãe.
volta a revoada o bulício e o silêncio
puros
pois que as árvores ditas usufruem da
complexidade
íntima aos paradoxos de tudo vivente,
pulsando,
a complexidade do rodar das folhas até
sentir o sol
do abrir pétalas à despedida da geada ou
sarar feridas com o suco da lua prenha.
Vénus preside à revoada de folhas ramos
galhos e,
sobretudo, do regresso das flores da fala
em forma arável
táctil
dulcíssima terra morena gemendo aquela
sílaba
onde nos deitamos nus: gerando a palavra.
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© maria toscano.
Coimbra, (c)Asa Verde. 14 de
Fevereiro/2014. série 'Celebrando Vénus'.
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