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onde em Coimbra, amor, pousaremos as garras
a espada a lasca de madeira o grampo enferrujado
o verdete da lâmina, e a lâmina propriamente, brilhando
fulgente — a lâmina da verdade implacável do ângulo recto
inicial.
onde, em Coimbra, meu amor de frases poderosas e inesperadas,
onde repousaremos a mochila de desencantos traições e abusos
a lona encharcada de pequeninas cobiças invejas e coisinha-
zitas sem brilho, que até com a sombra se encandeiam
e enganam, arrogantes, como donos da luz.
onde, na Coimbra sombria, amor meu, iremos depor as armas
iremos alçar as asas e abrir nossos corações?
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voa no horizonte, ténue, uma águia
arauto da sábia distância onde
— meu amor, em Coimbra — no longe longe seremos a paz.
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© Maria Toscano
Coimbra, (c)Asa Verde.
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